CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Fundo JBS para a Amazônia trabalha a bioeconomia com 1.500 famílias de pequenas propriedades rurais

Publicado em 31/05/2023

Divulgação JBS
Andrea Azevedo, diretora do Fundo JBS para a Amazônia

Entrevistei Andrea Azevedo, bióloga, doutora em desenvolvimento sustentável e diretora do Fundo JBS para Amazônia, que fala das ações de sustentabilidade integrando meio ambiente, responsabilidade social e geração de valor para a população do bioma amazônico. Caso real e assertivo em andamento com famílias de pequenos produtores amazônicos.

Perguntei a Andrea Azevedo algo de concreto que ela esteja fazendo hoje na Amazônia. E ela respondeu: “O Fundo JBS para a Amazônia trabalha, principalmente, com dois focos. Como é que a gente consegue levar alternativas para os solos e terras que estão abertas hoje na Amazônia serem mais produtivas? Então esse é um desafio e ao mesmo tempo oferece uma oportunidade. Então hoje temos um projeto na região da Transamazônica, que ainda é uma região ameaçada com desmatamento, mas que conseguimos através de um projeto com 1.500 famílias para começar a trabalhar a propriedade como um todo. Então a propriedade lá que é pequena, de agricultura familiar, com média de 50 hectares, metade é pasto, metade é floresta, nós estamos olhando para duas oportunidades: como é que você intensifica esse gado, intensifica essa pecuária de cria, que está bem no começo dessa cadeia e que tem ali os produtores mais vulneráveis dessa cadeia, sem assistência técnica, sem recursos para fazer a reforma de suas pastagens e como é que se alia ali a bioeconomia? Por exemplo, fazendo sistemas agroflorestais em cima dessas pastagens, usando cacau que é uma cultura hoje demandada pelo Brasil. Sistemas agroflorestais, é uma mistura, tem mandioca, tem banana, tem cacau, e fazendo disso um olhar holístico para a propriedade porque você olha a propriedade como um todo e a resiliência do produtor. Então esse é um exemplo”.

Em seguida perguntei a Andrea se temos condições efetivas de transformarmos a Amazônia em algo sustentável e rentável, que gere valor, para as pessoas que ali estão. É possível se fazer isso? E a resposta dela foi: “Sim, com certeza. Na verdade o nosso grande desafio como país hoje e também fora do país é como é que a gente gera valor para as florestas em pé. E não só para a floresta em si, para esse bem intangível, e tantos serviços ambientais que produzem para o mundo, inclusive para o agro, como é que a gente inclui a pessoas que cuidam dessas florestas, indígenas, quilombolas, que estão no meio rural, extrativistas. Então um foco super importante que não tem uma resposta pronta ou única, como se gera e fortalece essas cadeias da floresta. Você tem açaí, castanha, andiroba, óleos essenciais, tem uma riqueza absoluta, as coisas estão acontecendo, as cadeias estão lá, ainda tem problemas e desafios. Então isso é um potencial e já existem várias iniciativas que estão olhando para isso. Precisa de política pública, do setor privado junto, da sociedade civil e da mídia. Então temos que ter uma grande concertação para acharmos as soluções para isso. É o maior desafio que o Brasil tem hoje e coloca o país em uma situação geopolítica muito interessante”.

Ou seja, temos de gerar na Amazônia negócios sustentáveis, porque a partir disso vamos criar viabilidade de uma cooperação, de uma concertação.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

O Salão de Agricultura de Paris apresenta neste ano uma excelente novidade: a presença de lideranças femininas tomando conta das fazendas, acontecimento igual ao que vemos no Brasil, onde em outubro ocorrerá o Congresso Nacional das Mulheres do Agro.
The lack of a strategic planning for the Brasilian “Agribusiness” integrated system implies polarisation and dissatisfaction among the numerous actors and, even more, involves ideological biases and political lines. As we´re speaking, the Safra Plan and the Tax Reform are multiplying discussions and campaigns carried out by segments and sub-segments, against each other.
No 21º Congresso Brasileiro do Agronegócio desta semana conversei com Celso Moretti, presidente da Embrapa, sobre os fundamentos que nos levam ao futuro no novo agro dos próximos 10 anos.
Temos nos inspirado e procurado ao agro inspirar sobre um papel brasileiro no combate à fome, não apenas nos mercados, cujo sinônimo é “gente com dinheiro para comprar”. Mas também para seres humanos que precisam se alimentar e não têm dinheiro para comprar. A filantropia.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite