Eldorado/Estadão - Recessão global pode derreter preço das commodities agrícolas
Publicado em 08/07/2022
TCAConversando com líderes no estado do Paraná, observei por exemplo a diminuição do preço da saca do milho. Era antes da crise cerca de R$ 30 uma saca de 60 kg. Chegou a R$ 90 e agora baixou para cerca de R$ 75.
Ouvi de lideranças como a de José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho da Coamo, a maior cooperativa do país: “agricultor as vezes termina vendendo na baixa, por esperar preços impossíveis e tem prejuízo. Produtores precisam ter muito bem feito os seus custos e criarem um plano de vendas dos grãos a longo prazo. Ninguém consegue acertar no preço perfeito. Vi muita gente guardando soja que chegou a R$ 200 a saca de 60 kg e não vendeu, agora está a R$ 170. E a tendência será os preços das commodities se normalizarem novamente numa tendência histórica". Assim um dos mais importantes líderes do agro e do cooperativismo, José Aroldo Gallassini me falou. Porém, com a perspectiva de recessão global, o comércio diminui, a renda se esvai e a dinâmica empresarial industrial decresce.
O preço do petróleo já caiu nestes últimos dias, fazendo até com que os preços praticados pela Petrobras fiquem nos níveis corretos de relação internacional. Poderá cair mais. E o mesmo pode acontecer com muitas das demais commodities, inclusive as agrícolas. Portanto olha o risco: plantarmos a próxima safra com custos triplicados ,e termos uma possibilidade de colheitas a preços inferiores do que os até aqui estão sendo praticados.
O bom aviso do Agroconsciente para toda categoria de produtoras e produtores rurais do país é: tenha muito bem feito o seu custo de produção da sua propriedade e realize um plano de vendas de longo prazo.
Agronegócio não é cassino e a economia não é ciência exata e, neste sentido, planejamento estratégico de segurança alimentar passa a ser dever e obrigação da sociedade e do estado brasileiro.
Este aqui é um alerta Agroconsciente para possibilidade de commodities derreterem seus preços que foram multiplicadas por até 3 vezes nos últimos dois anos.
José Luiz Tejon para Eldorado/Estadão.