CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - 2022, ano do Pronasolos, Águas do Agro, Irriga+ e cobrança dos planos de governo das candidaturas

Publicado em 05/01/2022

MAPA
PronaSolos

Começando o ano e a perspectiva é de crescimento do agronegócio de 2,8% para 2022, segundo o Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Porém, tudinho irá depender de São Pedro, das chuvas e estamos em ano de La Niña, que afeta o sul do país. Desta forma temos uma economia hoje extremamente dependente do agronegócio e precisamos, urgente,de um planejamento de diversificação de produtos e de mercados. A diversificação distribuiria muito melhor as lavouras e a pecuária pelo país, bem como permitiria a integração lavoura, pecuária e florestas.

Da mesma forma com muitos mais produtos diversificados, em cada bioma do Brasil, desenvolveremos mais pesquisas e muito mais agroindústrias, inclusive as pequenas, gerando mais valor, empregos e renda nas cidades. A plataforma do PronaSolos, Programa Nacional de Solos do Brasil, da Embrapa e do Ministério da Agricultura, é o passo fundamental para o projeto Irriga Mais (Programa Nacional de Agricultura Irrigada). Quer dizer, com mais irrigação, a partir de solos mapeados, não iremos consumir água e sim produzir água. O agro do futuro será necessariamente produtor de água. Saber armazenar água num mundo em mudança climática.

Temos já mapeados no país cerca de 15 milhões de hectares em pastagens degradadas com extraordinário solo e microbacias de água onde podemos implantar uma nova agricultura sem cortar uma árvore, e isso será alvo do Águas do Agro (Programa Nacional de Manejo Sustentável do Solo e da Água em Microbacias Hidrográficas) e do Irriga Mais, no início deste ano.

A produção de alimentos, fibras, energia, mitigação do metano é uma fonte extraordinária de recursos para transformar o nosso PIB, no dobro de tamanho em 10 anos perante o que ele é hoje. Por isso, neste ano aqui no Agroconsciente vamos acompanhar e cobrar os planos das várias candidaturas e vamos cobrar competência no planejamento estratégico de todo agro nacional, do a do abacate ao z do zebu, com cooperetivismo, agroindustrialização, educação, comércio e serviços dos pequenos, mais de 3 milhões de propriedades agrícolas com vida indigna até os super farmers globais, que aliás irão produzir além fronteiras também.

2022, ano da grande agroconsciência. Brasil não pode ter fome. Vamos, sim, produzir muito mais para vender e apoiar programas internacionais de filantropia.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Pela 2ª vez fui convidado por Marcos Jank, que dirige o curso Insper Agro Global, para uma aula de comunicação e marketing com nossos diplomatas do Itamarati e funcionários da Apex, agência de promoção das exportações e do Ministério da Agricultura.
País sem conciliação, estratégia de polarização, tudo vira judicialização, todo mundo briga e ninguém tem razão, e também sobra para a Ferrogrão.
“US$ 1 trilhão na Europa para investir em negócios que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas”. A quem o futuro pertence? Marcelo Britto, coordenador técnico do Centro Global Agroambiental e da Academia Global de Agronegócio da Fundação Dom Cabral registra no seu artigo para AGFeed que vamos para uma Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP 30, em Belém do Pará, mas “ diante de olhos míopes”.
Conversei com Hélio Mattar, presidente da Ong Akatu, em uma apresentação excelente sobre governança da sustentabilidade, onde falamos sobre a importância de realizarmos para o agronegócio uma governança da governança.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite