Eldorado/Estadão - 2022, ano do Pronasolos, Águas do Agro, Irriga+ e cobrança dos planos de governo das candidaturas
Publicado em 05/01/2022
MAPAComeçando o ano e a perspectiva é de crescimento do agronegócio de 2,8% para 2022, segundo o Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Porém, tudinho irá depender de São Pedro, das chuvas e estamos em ano de La Niña, que afeta o sul do país. Desta forma temos uma economia hoje extremamente dependente do agronegócio e precisamos, urgente,de um planejamento de diversificação de produtos e de mercados. A diversificação distribuiria muito melhor as lavouras e a pecuária pelo país, bem como permitiria a integração lavoura, pecuária e florestas.
Da mesma forma com muitos mais produtos diversificados, em cada bioma do Brasil, desenvolveremos mais pesquisas e muito mais agroindústrias, inclusive as pequenas, gerando mais valor, empregos e renda nas cidades. A plataforma do PronaSolos, Programa Nacional de Solos do Brasil, da Embrapa e do Ministério da Agricultura, é o passo fundamental para o projeto Irriga Mais (Programa Nacional de Agricultura Irrigada). Quer dizer, com mais irrigação, a partir de solos mapeados, não iremos consumir água e sim produzir água. O agro do futuro será necessariamente produtor de água. Saber armazenar água num mundo em mudança climática.
Temos já mapeados no país cerca de 15 milhões de hectares em pastagens degradadas com extraordinário solo e microbacias de água onde podemos implantar uma nova agricultura sem cortar uma árvore, e isso será alvo do Águas do Agro (Programa Nacional de Manejo Sustentável do Solo e da Água em Microbacias Hidrográficas) e do Irriga Mais, no início deste ano.
A produção de alimentos, fibras, energia, mitigação do metano é uma fonte extraordinária de recursos para transformar o nosso PIB, no dobro de tamanho em 10 anos perante o que ele é hoje. Por isso, neste ano aqui no Agroconsciente vamos acompanhar e cobrar os planos das várias candidaturas e vamos cobrar competência no planejamento estratégico de todo agro nacional, do a do abacate ao z do zebu, com cooperetivismo, agroindustrialização, educação, comércio e serviços dos pequenos, mais de 3 milhões de propriedades agrícolas com vida indigna até os super farmers globais, que aliás irão produzir além fronteiras também.
2022, ano da grande agroconsciência. Brasil não pode ter fome. Vamos, sim, produzir muito mais para vender e apoiar programas internacionais de filantropia.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.