CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - 2024 o futuro a quem muda pertence. As oportunidades já estão vivas no agro presente.

Publicado em 03/01/2024

Os gênios do mundo não são muitos. São poucos. Aprender com eles, na capacidade que eles têm de antever as forças inexoráveis da evolução, é a grande e maior lição que todos poderiam aprender.

A agropecuária brasileira veio de 3 anos de crescimento nas safras e na proteína animal. Chegamos no ciclo 2023/24 com a mudança climática que está levando todo Brasil Central, o Cerrado, à diminuição das colheitas e impactos negativos no valor bruto da produção agropecuária, fundamentalmente nos grãos e nos preços comparados  da arroba do boi. Mas quando olhamos de forma detalhada a situação, e fugindo do risco das generalizações, vamos ver já instalados os exemplos que vão dar a grande virada no destino do agro brasileiro para os próximos 10 anos.

E quem são esses? São os agentes que agem na cadeia do agronegócio com a mesma sabedoria que aprendi com um sábio, o Sr. Shunji Nishimura, que de uma oficinazinha de “conserta-se tudo”, na cidade de Pompeia, interior de São Paulo, deixou um espetacular legado de inovação e de educação. Numa das crises, pois sempre tivemos crises, ele me disse: “na época boa se prepara para época ruim. Na hora difícil quem estiver preparado vai crescer”. E para este gênio, o “velho Nishimura” a inovação, e a administração financeira eram seus rigores intocáveis. E lá estão a empresa Jacto e a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Obras/exemplos reais.

E neste ano de 2024 vamos assistir exatamente o sucesso daqueles que usaram os “bons ventos” para investimentos administrados na inovação, que fará com que cresçam perante concorrentes nacionais e internacionais exatamente no meio da “calmaria” ou dos ventos tempestuosos que cercam a maioria.

O enfrentamento das mudanças climáticas com os modelos de integração lavoura, pecuária e florestas são exemplos reais. A superação dos indicadores da produtividade com a aplicação das práticas agronômicas conservacionistas protegendo solos, retendo umidade, são exemplos reais.

As cooperativas brasileiras crescendo a dois dígitos integrando agro, industrialização com agregação de valor nas commodities, são exemplos reais. A inteligência nacional de biocombustíveis e bioenergia a partir da cana, grãos, macaúba, palma, dos dejetos criando o biogás, eólicos e solares, são exemplos reais.

E teremos um plano de gigantesco poder transformador para todo agronegócio mundial, com a proposta brasileira de transformação de 40 milhões de hectares de pastos degradados, o equivalente a toda área agrícola brasileira dos grãos, num ativo de riquezas irrigantes para toda economia e sociedade do país, além de significar um exemplo concreto para todos os demais países do cinturão tropical do planeta terra se inspirarem e o utilizarem.

Portanto, a mudança climática nos pede urgência, emergência, na mudança das práticas clássicas para as conservacionistas, sustentáveis. Emergência na pesquisa de materiais genéticos resistentes as alterações climáticas microbioma a microbioma.

Emergência na integração do comércio, indústria e serviços ao lado e com a agropecuária. Agronegócio é e sempre foi, e sempre será, a gestão integrada de cada cadeia produtiva. E já mudou para agrocidadania.

Na grande síntese para 2024 e próximos anos de mudanças, temos a competência para usar sistemas resilientes de produção nos ambientes tropicais, um agroconsciente com tecnologias digitais de precisão.

Temos empreendedores agroindustriais e cooperativas competentes para agregar valor e disputar mercados internacionais com marcas mundiais nacionais.Temos pesquisa e educação no complexo agro estratégico.

E somos o único local do mundo que pode oferecer área agricultável totalmente sustentável já, agora, no plano dos 40 milhões de hectares de pastagens degradadas que irão virar saúde, e dignidade humana para todos.

Faremos ou não? Sim, faremos. Com maior ou menor dificuldade, isso irá depender das lideranças e da governança. Mas faremos. “O Brasil é maior do que os buracos”, dizia o jornalista Joelmir Betting. Com certeza, o Brasil é maior do que os obstáculos.

Os normais mudam sob o comando das mudanças. Os geniais mudam antes antevendo as mudanças. Os teimosos não mudam nunca e terminam nos jazigos do passado.

2024 hora de acelerar os fundamentos reais a disposição ao lado dos que irão ao futuro. Uma simples dica: “fique de olho nos que já estão no caminho, decidir com quem irei ao futuro é a minha maior decisão neste instante presente”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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