CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Plano 40 milhões de hectares e balanço de 11 meses de Governo com o ministro Fávaro!

Publicado em 15/11/2023

TCAI
Tejon com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro

Estive em Brasília com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Carlos Fávaro, e tem um projeto que eu considero muito importante para o país e para o mundo: 40 milhões de hectares de pastos degradados que serão transformados em coisas úteis e ambientais.

Perguntei ao ministro como será e quando começará o plano e ele respondeu:

“Esse programa é, sem sombra de dúvida, que nos mostra o tamanho das potencialidades, da força da agropecuária brasileira. Eu sempre gosto de lembrar pelas minhas andanças pelo mundo as transformações que os vários países promoveram nos últimos 50 anos fazendo uma verdadeira revolução interna. Veja o que aconteceu, por exemplo, na Coreia do Sul, que sai do pós-guerra ainda dividido, uma guerra interna entre duas Coreias querendo buscar sua identidade. E a Coreia do Sul nos últimos 50 anos investiu na formação tecnológica do cidadão, investiu em tecnologias tão importantes que hoje ninguém vive sem a Coreia do Sul que cria e fornece para o mundo microprocessadores, microchips, nanochips. Ninguém consegue viver sem a revolução criada na China nos últimos 50 anos, uma revolução também tecnológica e hoje promovendo uma revolução energética com fotovoltaica, com os carros elétricos, com revoluções tecnológicas. O próprio Oriente Médio não vive mais só do petrodólar, da produção de petróleo, eles investiram muito. Não é de graça que fizeram Dubai, Abu Dhabi, o parque temático da Ferrari, por que a Copa do Mundo foi para o Qatar, por que nós temos a prova de Fórmula 1, em Cingapura, porque é uma nova forma de ter uma economia voltada ao turismo, ao turismo de negócio, e o Brasil nisso tudo? O que o Brasil fez de revolução nos últimos 50 anos? Nós não somos cachorro vira-lata que não fizemos nada, nós fizemos a grande revolução na produção de alimentos há 50 anos. Eu não acredito em coincidências. É exatamente no nascedouro da Embrapa, faz 50 anos esse ano. O Brasil começa a deixar de ser importador de alimentos e suprir a sua demanda de alimentos até virar o grande exportador de alimentos para o mundo. Em 50 anos incorporamos 40 milhões de hectares, incorporamos 140% do território para agricultura, mas mais que isso, 580% foi o crescimento da nossa produtividade. A revolução da tecnologia de produzir alimentos e hoje nós temos esse conhecimento adquirido e consciência, com tecnologia. A Embrapa, o Banco do Brasil, que é o banco do agro, o banco do produtor rural, pegaram os seus técnicos e foram fazer cruzamento de informações. 160 milhões de hectares de pastagens que o Brasil tem, quanto é propício para ser incorporado no sistema produtivo? A própria pecuária de alta tecnologia, para a agricultura, soja, milho, algodão, a floresta plantada, a integração agricultura, pecuária e floresta, para fruta, para a produção do leite, quanto é propício para essa revolução? Outros 40 milhões de hectares. Então, o que nós estamos lançando é o óbvio, com duas diferenças, já fizemos a incorporação de 40 milhões de hectares, mas agora não precisamos mais. 50 anos e não precisamos mais ir para cima da floresta. É um projeto muito simples, é ocupar com a tecnologias que temos e com as novas tecnologias que vão continuar a ser desenvolvidas pela Embrapa, pelos institutos estaduais, pela iniciativa privada, aos nossos homens e mulheres vocacionados, que sabem lidar com a terra e com toda tecnologia existente, incorporar e dobrar tudo aquilo que já estamos fazendo. Para tirar nós o suprimento de alimentos, mas também para o mundo, para os nossos parceiros comerciais para o mundo afora com a boa diplomacia hoje implementada pelo presidente Lula”.

Pedi ao ministro uma síntese e conclusão dos 11 meses à frente do MAPA:

“Olha eu quero mostrar que estamos desmistificando que o governo do presidente Lula seria ruim para o agro. Fizemos o maior Plano Safra da história, 30% a mais de recursos disponíveis para os nossos agricultores, criamos linhas de crédito diferenciadas, não existentes, dolarizadas, por exemplo, com alta atratabilidade. Hoje o Moderfrota praticamente dobrou, tem o Moderfrota que já emprestou nesses 11 meses R$ 3.2 bilhões  e a linha dolarizada com juros mais acessíveis, sem custo para o Tesouro, já emprestou R$ 2.8 bilhões. Então a inovação na linha de crédito que fomenta para os nossos agricultores, abrimos 57 novos mercados para os nossos produtores. Abrir, por exemplo, o mercado mexicano para carne bovina e suína, 20 anos lutávamos por isso, conseguimos abrir esse ano. Abrimos o mercado de algodão para o Egito. Todo mundo sabe que o Egito é considerado o melhor algodão do mundo e o Brasil vender para o Egito, se não é um grande consumidor, mas pega o mesmo status de ter o melhor algodão do mundo. Abrir a carne de frango para Israel, se não é o mercado muito grande, mas ter a capacidade de vender para judeus do mundo todo. É um grande mercado aberto e está junto dos 57. Então um ano muito importante, de bons resultados, onde as commodities estão com os preços achatados, e o governo não deixou de estar ao lado do produtor. Vamos incrementar mais recursos para o seguro rural, é importante, estamos sensíveis a isso, e eu tenho certeza que é o ano da desmistificação. O governo Lula não veio para atrapalhar, ao contrário, vai continuar sendo como foi no governo 1 e no governo 2 do presidente Lula, um governo ao lado do agricultor e do pecuarista brasileiro”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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