CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - 40 milhões de há serão convertidos em saúde energética, alimentar e ambiental: Brasil faz a revolução tropical.

Publicado em 17/07/2024

Divulgação.
O Brasil aprendeu a fazer agronegócio no ambiente tropical do mundo.

Em Brasília nesta semana teve a primeira reunião do Comitê de Comunicação do Plano de Conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em ações sustentáveis. Isso significa potencial para dobrar o agro brasileiro com práticas totalmente sustentáveis numa integração de plantio de florestas com modelos de diversificação de cultivos.

Essa ação com o conhecimento brasileiro desenvolvido ao longo dos últimos 50 anos, ao lado de institutos agronômicos, universidades e a Embrapa, permitiram realizar em solos fracos e nos biomas tropicais do país uma autêntica revolução, pois onde se acreditava que a produção de alimentos não dar-se-ia, ao contrário, nos transformamos na 4ª maior agricultura do mundo.

Porém, hoje, precisamos enfrentar as mudanças climáticas e cumprir as melhores práticas sustentáveis na originação nos solos, águas e mares. Precisamos plantar árvores junto com alimentos, energia, fibras e inclusão social, já conscientes dos mercados de carbono e biometano.

Carlos Ernesto Augustin, assessor especial no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), é coordenador do programa de conversão, e apresentou oportunidades para que tenhamos início neste movimento que terá importância vital na imagem do país para o mundo. Temos no Plano Safra o item RenovAgro com 7% de juros ao ano.

Temos oportunidades junto ao programa Fundo Clima. E certamente contaremos com áreas do capitalismo consciente nacional e internacional que se interessará por um projeto que, além de criar segurança alimentar, energética e ambiental, servirá como modelo de luta contra a desigualdade social, fome e pobreza na imensa maioria dos países do cinturão tropical do planeta terra.

São mais de 70 países entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, reunindo quase a metade da população da terra, com renda média abaixo da metade das expectativas da dignidade humana, e totalmente dependentes de crescimento econômico e de alimentos para suas populações.

O Brasil aprendeu a fazer agronegócio no ambiente tropical do mundo. Realizar esse plano sob ciência, educação, sustentabilidade, com recursos humanos de produtoras e produtores, técnicos, cooperativas, não só será vital para o ambiente brasileiro e nossos desafios de mudança climática, como será uma voz de efetiva contribuição para todo o planeta, e os povos do cinturão tropical da terra.

Afinal como dizia Alysson Paolinelli, in memorian, a agricultura de clima temperado trouxe o mundo até aqui, daqui pra frente quem vai levar o mundo será a tropical. O plano de conversão de 40 milhões de pastagens degradadas será feito. Por quê? Simples, porque precisa ser feito e será vital para todos.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

O agronegócio está carente de um planejamento estratégico. Muito além de xingamentos, mentiras, fakenews, ideologias e intrigas de uns contra os outros. Afinal agronegócio significa coordenação de todos os elos das cadeias produtivas.
Da safra que finaliza agora já estamos perdendo cerca de 12 milhões de toneladas de milho em função da estiagem do ano passado que atrasou o plantio da safrinha e 12 milhões de toneladas de grãos para dar uma ideia dessa dimensão equivale ao tamanho de toda uma safra de arroz no país.
Estou em Patos de Minas no início de um forte movimento da implantação de biodigestores nas propriedades rurais da proteína animal, cujos dejetos são processados e transformados em energia elétrica, e também no combustível biometano.
Se o “oráculo” falasse ontem (10) ouviríamos sinais vermelhos de alerta em vários sentidos. Três fatos concretos ocorreram ontem ao mesmo tempo que nos convocam como sociedade consciente a agir. E fui conferir com Argemiro Teixeira Leite Filho, doutor em análises e modelagem de sistemas ambientais pela UFMG e articulista da publicação nature sua opinião sobre o primeiro fato.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite