CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Ações FAESP/Senar com Tirso Salles Meirelles em 2024.

Publicado em 27/12/2024

Divulgação
Tirso Meirelles, presidente da FAESP/Senar.

Estou com Tirso Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (FAESP) e do Senar e vou conversar com ele sobre as principais ações realizadas pela FAESP/Senar em 2024, no fechamento do ano.

“É um prazer falar com você, Tejon, que é uma referência nacional onde você leva com toda a clareza e transparência as notícias tanto para o homem da agricultura como também para a pessoa urbana. Isso é muito importante. Falar com os seus ouvintes. Realmente o ano de 2024 foi um ano muito complexo, muito difícil. Nós tivemos problemas de invasões e o governador Tarcísio foi muito premente, desde o ano passado, e ele falou: “quem invadir, realmente eu retiro”. E ele fez muito bem isso e ele fez um outro papel muito importante que foi entregar titularidade das propriedades das pessoas que ali habitavam há muito tempo. E você sabe que uma pessoa que está muito tempo na terra e morre nem os familiares têm os seus direitos, então são pessoas onde realmente ocorreu um desenvolvimento importante naquele eixo e hoje ele conseguiu entregar titularidade, isso é um ponto importante. Nós tivemos também uma queda brusca das nossas commodities, milho, soja, tivemos o leite com as importações todas, nós tivemos um problema seríssimo com o café também, nós tivemos os incêndios criminosos, nós tivemos geadas, cinco meses de seca drástica, dura para o homem do campo e mesmo quando começou as chuvas, para que nós pudéssemos plantar a safrinha, também teve uma redução, mas conseguimos recuperar depois da chuva. O homem do campo é resiliente, esse é um ponto importante. Nesse ano nós tivemos um valor de commoditie muito bom para a açúcar e para a laranja. E estamos fazendo um trabalho muito interessante junto com o Senar para que nós possamos mostrar para o produtor rural em todo o contexto sobre o green. O green realmente é uma doença que nós temos de exterminar no Estado de São Paulo e muitos produtores fazem seus pomares e deixam lá e acham que não tem green. Então nós estamos trabalhando muito fortemente isso para resgatar o fortalecimento da citricultura paulista. E aí passou um tempo e nós tivemos uma melhora do café, hoje nós estamos com uma saca de café no valor de R$ 2.200,00, R$ 2.300,00, a arroba da carne também subiu, voltou aos patamares de um ano e meio, isso porque mataram muitas matrizes e aí temos um ciclo normal por falta de bezerro, para se fazer todo o processo de cria, recria e engorda. Então foi um ano de recomposição muito séria. Então o homem do campo é muito resiliente e aí foi o que nós levamos a todos eles que nós temos de fazer a nossa lição de casa que é fazer o nosso plano de negócio muito bem feito. Quais são os nossos custos efetivos? O que nós podemos melhorar naquela planificação financeira que nós estamos fazendo? O que está gastando mais? O que está diminuindo a nossa lucratividade para que possa fazer a melhor plataforma financeira para se tocar o processo? Isso nós estamos falando em toda a cadeia produtiva. Essa cadeia produtiva é fundamental. Não adianta um elo ser fraco. Hoje temos de ter a concepção de que a indústria, o comércio, o serviço e o agro tem de andarem juntos, porque se fortalece. Por isso eu uso aquela frase: “o agro é o que deu certo no Brasil”. E todos precisam acreditar nisso porque existe muita tecnologia, muito envolvimento no processo. Nós tivemos aí o problema de vender a fazenda Santa Elisa, batemos contra isso porque lá existe uma expertise de 147 anos, inclusive falamos que se precisar a federação junto com a iniciativa privada assumimos a pesquisa para ajudar a não parar a pesquisa. Existem as dificuldades financeiras do governo que é natural, quem quer fazer um equilíbrio administrativo na sociedade, mas nós precisamos preservar toda essa tecnologia de 147 anos”.

Vale aqui, Tirso, uma observação: quando nós olhamos o que você acabou de falar a soma da indústria, comércio, serviços e agropecuária, o agronegócio paulista é o maior do país.

“Sim, hoje ele representa praticamente 21% da agropecuária nacional e hoje, como você conhece, já faz mais de 20 décadas que nós damos o superávit da balança comercial. Esse ano deveremos chegar a mais de 120 bilhões de dólares, isso acima do processo como um todo e com todas as debêntures caindo, todos os valores das nossas commodities caindo, e nós conseguimos superar, fazer, acontecer porque nós temos produtividade com sustentabilidade, é o que o protecionismo francês e outros países querem diminuir, com foi o caso da Danone, do Carrefour, absurdo falar dos nossos produtos onde nós temos a maior sustentabilidade e um ponto importante: 66% de tudo que nós temos preservado em nosso continente, é muita coisa a nível de preservação ambiental. Desse 66%, 40% está nas mãos de nós produtores que preservamos, cada um com sua alíquota, 20,35, 80. Se nós monetizarmos isso dá 1 trilhão de dólares. Aí vem a Cop-29 dizer o seguinte: o G-20 que representa 92% financeiro do mundo quer financiar os países que vão ter problema climático, causado por eles, financiar 240 bilhões, peraí, totalmente fora do contexto e nós, produtores brasileiros, preservamos monetariamente falando 1 trilhão de dólares. E nós damos para o mundo, com o maior prazer ainda! Então a agricultura do Brasil é um exemplo e por isso nós vamos trabalhar muito para a Cop-30.”

Muito bom e podemos dizer até, nessa angulação toda, o Estado de São Paulo é extremamente sustentável numa condição social, nesses acertos todos que foram feitos de distribuição de títulos de terra, cooperativismo também muito importante aqui, uma condição extraordinária e até  agregando sua conta ambiental, é uma conta que nós não temos no Brasil e eu provoco muito porque se fizermos uma conta do país que mais sequestra carbono do mundo do jeito que está, o Brasil seria o maior sequestrador de carbono e isso tem um valor financeiro.

“Fantástico e eles não dão esse valor porque 49% da nossa matriz energética é renovável, do mundo é 13%, só aí dá uma grande diferença do que nós estamos fazendo com essa crise energética do mercado europeu. Eles tiveram de voltar a produzir energia de carvão, por exemplo o caso da Alemanha, e ninguém fala nada. E nós aqui lutamos muito com os incêndios criminosos que nós tivemos aqui para manter as nossas atividades e manter o homem e a mulher no campo.”

Muito bom, presidente Tirso Meirelles parabéns pela FAESP/Senar e continue nessa brava luta, muito obrigado.

Grande Ano Novo!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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