Eldorado/Estadão - Aula Magna da FIA Agro: “Brasil tem potencial para ser líder agroambiental”, explica Prof. Décio Zylberstajn.
Publicado em 27/03/2024
DivulgaçãoAo lado de Ivan Wedekin, eu, José Luiz Tejon e Suelen Farias ontem (26) na aula magna da FIA Agro, o Prof. Décio Zylberstajn dá sua visão de futuro para o agro brasileiro: “Esse evento olha para ciclos de largo prazo, ou seja, o que se debateu nesse encontro da FIA, do Pensa, são exatamente esses desafios que acabam recaindo sobre o agro global e que tem muitas dimensões na área de educação, de política agrícola, da tecnologia. Então o debate é muito rico nesse sentido e desafiante porque nós tentamos em um mundo que caminha com mudanças tão rápidas identificar possíveis passos fundamentais seja para política pública seja para estratégia das organizações do agro”.
Perguntei então ao Prof. Décio, se a transição do agro em um mundo contemporâneo é bom para o Brasil? E o que significa para o nosso país... e ele respondeu:
“Eu acho que é uma mudança que vem assentada sobre alguns pilares, por exemplo, o pilar ambiental, e esse é um pilar que traz elementos importantes e o Brasil pode ficar bem na fotografia. Nós temos esse potencial. Eu não considero que devemos ter um ufanismo a cerca, nós temos ainda uma lição de casa para fazer. Agora quando a gente se compara ao resto do mundo, aos outros players importantes do agro, o Brasil tem experiências fundamentais para compartilhar, embora a gente ainda tenha muito que avançar”.
Ou seja, Prof. Décio, o nosso comentário aqui se chama Agroconsciente aqui para a Rádio Eldorado e esse aspecto capitalismo Agroconsciente, isso e inexoravelmente a nossa tendência?
“Eu acho que não só dentro do agro a expectativa e a esperança que a gente tem é que o mundo consiga compreender e os diversos setores consigam avançar. O ser humano interfere sobre o meio ambiente desde que ele se organizou como sociedade, só que não havia essa antropização, esse monte de gente que nós temos hoje. Então hoje quaisquer erros, quaisquer enganos que a gente cometa, nós temos impactos violentos. O aquecimento global é o preço que nós estamos pagando por não termos parado para pensar em coisas que foram debatidas anos atrás, tipo Clube de Roma, nos anos 60. Nós temos que parar para pensar nos limites que a sociedade enfrenta”.
Então questionei o Prof. Décio sobre a ciência brasileira e se temos conhecimento e ele nos respondeu:
“No mundo do agro é para tirar o chapéu para a Embrapa. Agora eu tenho defendido um mantra, quase, que é o seguinte: a Embrapa tem 5 décadas, 6 décadas, de sucesso e ela está se repensando, o que eu acho muito importante. Agora nós temos também uma segunda Embrapa escondida embaixo de uma certa penumbra que é o sistema das universidades federais e estaduais que fazem pesquisa, mas que não se coordenam bem. Se nós pudermos avançar em ações coordenadas, a gente tem uma outra Embrapa a colocar para trabalhar para a sociedade e para o agro brasileiro”.
Prof. Décio Zylberstajn, criador do PENSA – Programa de Estudos e Negócios do Setor Agroindustrial, no início dos anos 90, aqui conosco em uma tomada para o futuro desse novo agro.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão