Eldorado/Estadão - Capitalismo consciente, cooperativismo e filantropia são as três sagradas missões do Agroconsciente
Publicado em 13/07/2022
TCAEstamos no rumo de uma recessão global com queda no consumo, inflação e desarranjo em todas as cadeias de suprimentos, inclusive dos alimentos. Uma crise planetária agravada por polarizações político ideológicas, acompanhada de uma falência de líderes visionários, competentes e que possam executar uma condução para a prosperidade, o que significaria a governança da boa esperança.
Os alimentos triplicaram de preço, porém os custos para produzir alimentos também. Temos hoje no planeta terra cerca de 4 bilhões de pessoas numa faixa de insegurança alimentar e 1 bilhão na fome.
No Brasil, o 4º maior produtor de alimentos do mundo, com potencial para triplicar de tamanho em todas as suas cadeias produtivas, contamos com 33 milhões de brasileiros na faixa da insegurança alimentar profunda, na beira da fome, e outros tantos na insegurança de qualidade no acesso a uma dieta saudável.
E enquanto isso não temos lideranças que se reúnam para a governança do item mais sagrado dentre todos, o alimento, uma missão que doravante precisa ser compromisso de todas as nações. Fome zero no mundo!
E dentro desse objetivo de compromisso humano com a vida, incluindo o bom senso ambiental, utilizando a ciência já disponível para agroenergia e transformarmos as riquezas originadas de solos e águas em riquezas para todos e jamais as extinguirmos, pois sustentabilidade significa jamais roubar do futuro para lucrar no presente.
Temos então um único caminho a seguir nas três missões sagradas de um agroconsciente. Primeiro o capitalismo consciente realizando com segurança e saúde a oferta de alimentos de qualidade com respeito aos processos ESG para todo mercado com renda para consumir.
Precisamos do cooperativismo para incluir milhões de seres humanos na produção e, ao fazer isso, gerar para esses milhões e outros no seu entorno renda para adquirir os bons alimentos e a saúde alimentar e energética.
E onde não for possível incluir milhões de seres humanos na produção via cooperativismo, e na renda para participar dos mercados, necessitaremos a curto prazo da filantropia. Atender na emergência seres humanos que não têm renda para comprar comida e não desenvolvem atividades geradoras de renda e trabalho de valor agregado.
Significa a filantropia, mas não uma que se perpetue em assistências que acomodam e mantém os assistidos para sempre, será a filantropia de resultados, onde após a missão de não permitir que nenhum ser humano na terra passe fome, sejam implantados via cooperativas a dignidade da construção então de um capitalismo consciente pare todos.
Agronegócio novo é agrocidadania, é agroconsciente. Isso não é utopia. É governança da boa esperança. Pode ser feito. Só depende de líderes, de bons líderes, de bons seres humanos acima de tudo.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.