CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Deputado Arnaldo Jardim (Cidadania) obtém sucesso no Fiagro

Publicado em 14/07/2021

Divulgação
Arnaldo Jardim (Cidadania), criador do Fiagro

Dia da queda da Bastilha na França, 14 de julho, e também dia do nascimento do criador do conceito de agronegócio no Brasil, Ney Bittencourt de Araújo, in memorian. E agora um dia para celebrar o acordo que derrubou ontem (13) os vetos do governo sobre uma excelente iniciativa do deputado Arnaldo Jardim, do Cidadania (ex-secretário de Agricultura de São Paulo), que criou o Fiagro -Fundos de Investimentos das Cadeias Agroindustriais. O governo vetava a isenção desses fundos e também o cadastro dos serviços ambientais.

Como sabemos a agropecuária brasileira é a menos subsidiada e protegida do mundo, onde os países mais ricos subsidiam cerca de US$ 720 bilhões por ano mantendo seus agricultores com renda independentemente dos fatos do mercado e da competição , além de terem seguro, armazenagem, irrigação e tudo de bom.

O objetivo do Fiagro é o de permitir que todo cidadão, independentemente de ser do agro ou não, tenha ali um fundo de investimento que gere financiamentos e recursos para fazer o complexo de todas as cadeias produtivas do agronegócio crescerem. E a visão inteligente do Fiagro é o de estimular o setor agroindustrial, quer dizer, produtores rurais e empresários agroindustriais, pois a agregação de valor e os vínculos saudáveis de uma cadeia produtiva incluem campo e cidade integrados gerando ciência, empregos, atividade e renda com forte distribuição.

O Fiagro cria instrumentos do mercado de capitais para financiamento da produção agropecuária, ao invés de recorrer ao tesouro, ou seja, empreendedorismo da sociedade civil organizada, sem esperar pelos orçamentos governamentais. O deputado Arnaldo Jardim propôs para o agronegócio algo muito parecido com os fundos imobiliários. E isso irá irrigar com capital os investimentos em terras e na atividade agroindustrial.

Porém havia um obstáculo. O governo criou vetos, considerados pelo deputado Jardim e pelos próprios membros da bancada da agropecuária como “sem cabimento e descaracterizando o projeto, por não conceder ao fundo de investimento das cadeias agroindustriais, regulamento e norma idêntica aos fundos imobiliários e demais fundos de investimento.” A proposta exigia que o Fiagro tivesse equivalência a todos os demais fundos.

Então aí está. Ficou aberta a possibilidade para todos os tipos de investidores investirem no agronegócio, tanto individuais, pessoas físicas, como institucionais. Os fundos imobiliários têm hoje no país cerca de 1 milhão de investidores e respondem pela dinâmica do setor de construção. O Fiagro pode ter muito mais e dar independência financeira ao agro nacional. E a guerra para preservar o Fiagro, acrescenta Arnaldo Jardim, “é preservá-la da tributação do imposto de renda”.  

Um movimento em defesa dos fundos de investimento está em andamento, e o executivo enviou um Projeto de Lei nº 2337 como a segunda etapa da reforma tributária, onde incluía entre outras coisas a taxação dos fundos de investimento. Os fundos de investimentos significam colocar na prática a narrativa liberal. Está na hora, e o agro brasileiro que pode e deve dobrar de tamanho em 10 anos, precisa como nunca de recursos limpos fora do tesouro como este do Fiagro.

José Luiz Tejon para a Rádio Eldorado.

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Nesta semana o Brasil irá apresentar para o mundo o plano de inclusão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas para uma economia agroconsciente. Isso significará dobrar em 10 anos a área agricultável sustentável brasileira dentro de modelos agroflorestais, integração lavoura, pecuária e florestas, diversificação de culturas com alimentos e bioenergia. Dentro desses 40 milhões de há, 12 milhões serão para restauração de florestas.
Uma campanha inesquecível tinha a marca do banco Bamerindus à época , anos 80/90, foi criada com uma executiva da rede globo de televisão, Mirna Aversa, e mostrava exemplos de “gente que faz” de todos os cantos do Brasil.
O agronegócio significa, pelo último levantamento do Cepea/CNA, 27,4% do PIB do Brasil. O PIB 2021 ficou em R$ 8,7 trilhões, então o PIB do complexo agroindustrial inteiro somou R$ 2,383 trilhões, ou seja, praticamente R$ 2,4 trilhões, o que em dólar de hoje R$ 4,84, significaria um montante de cerca de US$ 495 bilhões.
Estou em viagem para a França onde participo, nos últimos 8 anos, todo ano, de um encontro com alunos internacionais. E neste ano estarei com 30 alunos do mundo todo em um programa que objetiva formar gestores de agribusiness, ou seja, é o FAM, Food and Agribusiness Managment, com a faculdade francesa Audencia Business School, na cidade de Nantes (França), e em parceria aqui no Brasil com a FECAP, a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado.
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