Eldorado/Estadão - Fábio Meirelles pede menos impostos, melhores condições de produção e que reduzir alíquotas de importação não resolvem a inflação.
Publicado em 27/05/2022
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo Fábio Meirelles se posicionou contrário as medidas de diminuição das alíquotas de importação de produtos agrícolas e alimentícios e que deveríamos olhar sim a redução dos tributos dentro do país. “Uma reforma tributária que modernize, simplifique e desonere consumidores e o setor produtivo é o que precisamos“, afirmou.
A medida do governo para combater a inflação reduz em mais 10% a alíquota das importações em itens como carne, feijão, arroz, massas, biscoitos, iniciando 1º de junho indo até 31 de dezembro de 2023.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, hoje pagamos 29% de imposto na compra da carne no varejo. Pagamos 17,24% de imposto no feijão; 26,80% no frango. E além disso custos elevados nos insumos, na luz, no imposto territorial rural, na logística etc.
O Brasil produz por exemplo, 10 milhões de toneladas de carne bovina. Somos o maior exportador nesse item, não haveria sentido algum em diminuir a alíquota da importação de carne, o que beneficia concorrentes brasileiros, quando precisamos sim é melhorar as condições competitivas da nossa produção.
Em outra área, o projeto de redução do ICMS nos combustíveis para 17% preocupa agora o setor agroenergetico do etanol, pois esse combustível perderia o diferencial perante a gasolina, cujo imposto paga 25% .
Ou seja, parece evidente que soluções fáceis, ou que parecem fáceis de serem tomadas contra a inflação em ano de eleição não resolverão.
A FAESP, o seu presidente Fábio Meirelles está certo. Precisamos sim de um plano para aumentar e melhorar a produção nacional, um plano safra robusto com crédito agricola oferecendo juros sustentáveis e a tal da reforma tributária.
Lembrando que no impostômetro da associação comercial, até o último 24 de maio, R$ 1 trilhão e 150 bilhões de reais de impostos já havíamos eu você todos os brasileiros recolhido aos cofres públicos, neste ano, e se olharmos no site do governo do Brasil esse número é praticamente igual a projeção da soma do valor bruto total da agropecuária brasileira prevista para 2022, R$ 1 trilhão e 200 bilhões de reais.
Então nosso caminho é produção, estrutura e desoneração tributária.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.