Eldorado/Estadão - Ideologia e burrice, os dois maiores inimigos do agro, afirmou Normando Corral, presidente da Famato no 7º CNMA em São Paulo
Publicado em 28/10/2022
DivulgaçãoNesta semana o presidente da Federação da Agropecuária do Mato Grosso (Famato), o maior estado produtor de grãos e carne do mundo, afirmou durante sua participação no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agro em São Paulo, no Transamerica Expocenter, que repetia o que tinha ouvido do ex-ministro Alysson Paolinelli: “a única coisa que pode impedir o agro brasileiro de continuar crescendo seriam ideologias e burrices”.
Ideologias seriam não tratar o aspecto meio ambiente e sustentabilidade, mudança climática com o compromisso e a seriedade devida, com arroubos de que essas ideias são imposições esquerdistas internacionais para prejudicar o Brasil.
Ou então fazer o que a Argentina teima e insiste em fazer e errar, criando as “retenções” colocando impostos nas exportações de produtos agrícolas o que termina sempre prejudicando o setor e o próprio país a médio prazo.
Burrice seria não alocar recursos necessários para manutenção da pesquisa, da Embrapa e do apoio ao empreendedorismo e cooperativismo rural e agroindustrial, esperando que as coisas se arranjassem pela simplicidade das leis do mercado. E não estimular um planejamento estratégico envolvendo a iniciativa privada e o estado.
E burrice seria acenar com ameaças de inseguranças jurídicas e direito de propriedade colocando gasolina numa fogueira de emoções, atiçando ainda mais discussões superadas de comunismo versus fascismo, quando já temos no país mais de 4 milhões de famílias agrícolas com terra em pequenas propriedades sem renda, produção e com fome.
E ideologias burras significaria alinhar o país com governos não democráticos, para fazer demonstrações de falsos poderes nacionais, quando o Brasil só tem um caminho, é o de tornar-se fonte confiável de segurança alimentar, energética e ambiental para o planeta.
Mas a burrice das burrices seria a incompetência de exercitar fundamentos básicos da boa liderança.
Peter Drucker, o cérebro da administração, já registrou: “não existem países subdesenvolvidos, existem países subadministrados”. E confiança é a palavra que alicerça toda uma liderança.
Então líder para ser líder de uma empresa, de uma cidade, ou de uma nação precisa ser reconhecido pela virtude da confiança.
A partir da confiança, os conflitos naturais são tratados para gerar criatividade, inovação, mudanças. Sem confiança os conflitos inexoráveis dos egos humanos terminam por serem destrutivos.
Portanto, ideologias e burrices são instrumentos de líderes incompetentes e que não geram confiança. E desse mal o agronegócio precisa se precaver através da organização da sociedade civil, acima de governos.
Ideologias, burrices e líderes incompetentes não confiáveis andam sempre amalgamados.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.