CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Ideologia e burrice, os dois maiores inimigos do agro, afirmou Normando Corral, presidente da Famato no 7º CNMA em São Paulo

Publicado em 28/10/2022

Divulgação
Normando Corral, presidente da Famato

Nesta semana o presidente da Federação da Agropecuária do Mato Grosso (Famato), o maior estado produtor de grãos e carne do mundo, afirmou durante sua participação no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agro em São Paulo, no Transamerica Expocenter, que repetia o que tinha ouvido do ex-ministro Alysson Paolinelli: “a única coisa que pode impedir o agro brasileiro de continuar crescendo seriam ideologias e burrices”.

Ideologias seriam não tratar o aspecto meio ambiente e sustentabilidade, mudança climática com o compromisso e a seriedade devida, com arroubos de que essas ideias são imposições esquerdistas internacionais para prejudicar o Brasil.

Ou então fazer o que a Argentina teima e insiste em fazer e errar, criando as “retenções” colocando impostos nas exportações de produtos agrícolas o que termina sempre prejudicando o setor e o próprio país a médio prazo.

Burrice seria não alocar recursos necessários para manutenção da pesquisa, da Embrapa e do apoio ao empreendedorismo e cooperativismo rural e agroindustrial, esperando que as coisas se arranjassem pela simplicidade das leis do mercado. E não estimular um planejamento estratégico envolvendo a iniciativa privada e o estado.

E burrice seria acenar com ameaças de inseguranças jurídicas e direito de propriedade colocando gasolina numa fogueira de emoções, atiçando ainda mais discussões superadas de comunismo versus fascismo, quando já temos no país mais de 4 milhões de famílias agrícolas com terra em pequenas propriedades sem renda, produção e com fome.

E ideologias burras significaria alinhar o país com governos não democráticos, para fazer demonstrações de falsos poderes nacionais, quando o Brasil só tem um caminho, é o de tornar-se fonte confiável de segurança alimentar, energética e ambiental para o planeta.

Mas a burrice das burrices seria a incompetência de exercitar fundamentos básicos da boa liderança.

Peter Drucker, o cérebro da administração, já registrou: “não existem países subdesenvolvidos, existem países subadministrados”. E confiança é a palavra que alicerça toda uma liderança.

Então líder para ser líder de uma empresa, de uma cidade, ou de uma nação precisa ser reconhecido pela virtude da confiança.

A partir da confiança, os conflitos naturais são tratados para gerar criatividade, inovação, mudanças. Sem confiança os conflitos inexoráveis dos egos humanos terminam por serem destrutivos.

Portanto, ideologias e burrices são instrumentos de líderes incompetentes e que não geram confiança. E desse mal o agronegócio precisa se precaver através da organização da sociedade civil, acima de governos.

Ideologias, burrices e líderes incompetentes não confiáveis andam sempre amalgamados.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

O embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy e a ministra conselheira da embaixada do Reino Unido, Melanie Hopkins farão a abertura do VI Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), no Transamerica Expocenter, em São Paulo, ao lado do presidente da Abag,  Marcello Brito e da presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teka Vendramini, nesta segunda-feira (25) com o tema: “política internacional e filantropia”. A mediação será da jornalista do Estadão, Carolina Ercolin.
Estamos aqui no momento do agronegócio com uma discussão, uma briga danada com relação as carnes, a proteína animal, ao mundo animal e enquanto isso acontece dois dias de um congresso conduzido em São Paulo reunindo acadêmicos, empresários, técnicos da Alemanha e do Brasil, cujo nome desse congresso é “Don’t forget the animals”, ou seja, não se esqueça dos animais.
Nós entrevistamos no Jornal da Eldorado a gerente geral da OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras, Fabíola Nader Motta, que nos falou dos 5 pontos do manifesto da OCB na COP26, e um deles sobre o papel das cooperativas como um arranjo produtivo sustentável.
PIB caiu 8% na comparação do 1º trimestre 2022 com 2021, e 0,9% comparando o 1º trimestre 2022 com o 4º trimestre 2021; e segundo o IBGE os motivos são: seca prejudicando a safra da soja no SUL e MS.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite