CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Katy Perry, Aisha Bowe e Alessandra Favero: o Brasil na agricultura espacial.

Publicado em 16/04/2025

Divulgação
Katy Perry no espaço com tripulação feminina e pesquisadora americana, Aisha Bowe.

"What a wonderful world", assim cantou Katy Perry. Numa nave espacial de Jeff Besos pela primeira vez uma tripulação totalmente feminina: cinco mulheres. E dentro dela, ao lado de Katy Perry, cantora personalidade mundial, uma engenheira aeroespacial dos Estados Unidos, Aisha Bowe, que levava plantas e sementes de batata doce e grão de bico ao ambiente de microgravidade para as pesquisas de melhoramento genético dos alimentos.

Então aí surge a brasileira Alessandra Favero doutora em genética, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste em São Carlos (SP),  a coordenadora do acordo firmado entre a Agência Espacial Brasileira e a Embrapa. Dra Alessandra Favero é membro da Rede Space Farming, e foi daqui da iniciativa da Embrapa, com apoio do chefe-geral Embrapa Pecuária Sudeste, Alexandre Berndt, e com a dedicação da pesquisadora Dra. Alessandra que nossas plantas foram nessa viagem espacial resultado do acordo Artemis.

Mas para nos explicar mais e melhor toda essa iniciativa conversei com a Dra. Alessandra Favero, da Embrapa: “Nós tivemos um voo suborbital, dentro do foguete da Blue Origin e foi uma grande satisfação porque nós pudemos levar as sementes de grãos de bico e plantas de batata doce que nós temos interesse em ver o comportamento dessas plantas, dessas sementes, em ambiente suborbital porque anteriormente nós já observamos de outros trabalhos, de outras equipes, com outras espécies, que essas condições geram um estresse nas plantas e nas sementes, etc. Então nós gostaríamos de verificar que tipos de estresses podem acontecer e que tipos de alterações nas plantas podem acontecer também. Isso tudo aconteceu graças a criação e o crescimento da Rede Space Farming no Brasil. Ela surgiu em 2022, após a publicação dos objetivos do Acordo Artemis, o Brasil assinou em 2021 o acordo, e em 2022 saíram os objetivos e alguns deles eram relacionados ao cultivo de plantas no espaço, principalmente porque um dos objetivos do acordo é a construção de bases permanentes para seres humanos em espaço profundo. Quanto mais distante da terra mais caro fica levar coisas para o espaço. Então faz-se necessário uma sustentabilidade em cultivos de plantas e ter alimentos para as pessoas, mas tudo isso nós vemos com muita importância usar o espaço como um novo ambiente para geração de tecnologias e produtos para a terra também, principalmente em situações que nós podemos gerar novas cultivares que sejam mais eficientes no uso de água e de energia, mais produtivas, mais tolerantes a radiação, por exemplo, mais compactas, mais nutritivas. Então tudo isso nós podemos utilizar o espaço ao nosso favor aqui na terra, assim como a Nasa já publicou diversas tecnologias que são utilizadas no nosso dia a dia, nós também podemos usar tecnologias espaciais associadas à agricultura na nossa pesquisa agrícola e para os nossos produtores, tanto na parte de melhoramento genético nós estamos comtemplando essa linha de pesquisa como sistemas de produção visando o cultivo de plantas em ambientes fechados com bioregenerativos, com economia e reuso de água, reuso de nutrientes de forma a ser uma forma de economia também, principalmente observando a segurança alimentar”.

Muito obrigado Dra. Alessandra Favero, então o grão de bico e a batata doce, dois produtos que oferecem muito para segurança alimentar, por reunirem energia com proteína.

A pesquisa, o melhoramento genético de plantas com a experiência espacial, servirá para adaptação em velocidade de alimentos às situações de mudanças climáticas, permitindo que mais de 50 pesquisadores trabalhem desde a genética da semente até o sabor e a saúde no prato.

A China já atua na pesquisa de plantas no espaço deixando sementes fora da órbita por mais de 100 dias, depois recolhe essas sementes e compara seus benefícios com as que aqui ficaram. E hoje uma das mais utilizadas sementes de trigo na China foi desenvolvida com tecnologia espacial. Outro exemplo do Japão com cerejeira que leva cerca de 10 anos para produzir e descobriram cerejeiras que ficavam prontas em 4 anos.

Também esse conhecimento será importante para viagens próximas ao espaço profundo. As sementes que poderão brotar em Marte. Portanto, enquanto tem gente que faz a guerra das tarifas na terra, tem gente que faz a luta pela segurança alimentar e a vida no espaço.

Parabéns Dra. Alessandra Favero e toda nossa Embrapa. Viva o grão de bico com batata doce e canta Katy Perry: "What a wonderful world".

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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