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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Não existe risco de desabastecimento de arroz no Brasil”, diz André Matos, diretor técnico da Federarroz.

Publicado em 13/05/2024

Divulgação
Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul

Conversei com André Matos, engenheiro agrônomo, produtor rural e diretor técnico da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), direto de Pelotas que faz um relato intenso da situação e reforça que não teremos desabastecimento no arroz e, sim, prejuízos na soja. Cerca de 360 mil famílias agrícolas do RS precisam de plano emergencial para a justa superação!

“Há um transtorno agronômico em uma série de propriedades aqui na região Sul do Rio Grande do Sul, onde neste mês de maio nós enfrentamos uma das maiores tragédias climáticas dos últimos tempos. Um fenômeno de precipitação pluviométrica muito elevada, com danos humanos, uma verdadeira catástrofe humanitária e que atingiu de maneira muito contundente a região Metropolitana, o Vale do Rio Pardo, o Vale do Rio Taquari, região central, Quarta Colônia, enfim, com danos nas áreas urbanos extremamente significativos e muitas perdas de vidas, pessoas desaparecidas, pessoas soterradas. Região da Serra também muito atingida e mais da metade do Sul com danos no agronegócio muito significativo, principalmente na questão da soja. O arroz nós vínhamos já praticamente com a colheita na reta final, mais de 80% da área colhida. Nós tivemos um acréscimo de área esse ano, comparada à safra passada de 7%, então tivemos um aumento de área, isso também contribuiu para o que eu vou falar daqui a pouco. Apenas a região central que teve um dano em lavoura de arroz mais expressivo, já que a região tinha em torno de apenas 60% colhido, reflexo de uma semeadura mais tardia que já tinha corrido naquela região, já com o efeito do El Niño. Mas, em resumo, o Rio Grande do Sul deverá colher mais de 7 milhões de toneladas, já tem colhido mais de 6 milhões. Então são informações e números que nós queremos passar para os ouvintes da rádio e que não tem nenhum risco, de nenhum tipo de desabastecimento interno. Nós vamos seguir ofertando arroz em volume e qualidade suficiente como nós sempre fizemos no Rio Grande do Sul. O estado corresponde hoje por aproximadamente 80% do arroz consumido no Brasil. Nós temos uma lavoura 100% licenciada ambientalmente, uma lavoura que respeita todas as normas vigentes e legislações. Nós temos uma lavoura extremamente tecnificada, produtiva, e um arroz de altíssima qualidade. O arroz gaúcho, nós podemos dizer, que é o melhor arroz do mundo. Então o brasileiro pode ficar tranquilo nesse aspecto. Nós estamos hoje aqui sofrendo muito, sofrendo bastante com os danos humanos, os materiais, os danos nas lavouras de soja, que foram extremamente severos, nós vamos ter um prejuízo enorme na lavoura de soja, e nesse ano nas lavouras de arroz que não foram colhidas ainda, mas que não vão impedir que consigamos garantir o abastecimento interno. Então essas notícias de importação de arroz, nos surpreenderam de certa forma, mas as nossas lideranças, eu sei, que o meu presidente aqui da Federarroz, o Alexandre Velho, e o presidente da Farsul, estão em contato permanente com o ministro Fávaro pra que se dê luz a realidade do agro como um todo aqui no Sul e no que tange ao arroz, acho que está mais do que comprovado e já é de conhecimento hoje do Ministério da Agricultura que não existe nenhum tipo de risco de desabastecimento”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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