Eldorado/Estadão - Se fizermos o que a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura sabe, teremos a marcha da sensatez, ao contrário da insensatez
Publicado em 04/06/2021
Divulgação EmbrapaSabemos tudo o que tem que ser feito para melhorar tudo e ainda gerar muito mais lucro para o país a curto e longo prazo, só basta fazer liderança. Tivemos nesta semana a Jornada da Coalizão, com 6 anos de trabalhos e atingindo 300 membros reunidos desde a iniciativa privada, sociedade civil organizada e governo.
Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG) afirmou que o modelo do agronegócio do Brasil para a próxima década será o de uma governança, exatamente com a reunião da sociedade civil organizada, do governo e da iniciativa privada. Brito cobrou o papel das empresas de forma muito mais protagonista para o novo capitalismo ESG, meio ambiente, responsabilidade social e governança e pede especial atenção de Rodrigo Pacheco sobre a PL do licenciamento ambiental, “a lei antiga não serve mais, mas a PL nova também não”.
No evento foi apresentado o observatório da agropecuária brasileira, uma base de dados gigantesca onde poderíamos realizar um planejamento estratégico envolvendo mudanças climáticas, agricultura de baixo carbono, desmatamento. Raimundo Deusdara, coordenador geral da coordenação de informações estratégicas do Mapa, programa com apoio do Sistema CNA Senar, aponta que um big data integrando dezenas de bancos de dados é a única coisa que falta para termos toda agropecuária em um único lugar.
Eduardo Assad, pesquisador da Embrapa, doutorado na Universidade de Montpellier e pós-doutorado em agroclimatologia, foi energicamente enfático ao afirmar que se atuarmos como negacionistas na questão das mudanças climáticas os prejuízos para um país com forte dependência do agronegócio serão catastróficos.
Assad diz que os estudos são antigos e mostram prejuízos que temos já em função de secas, chuvas com granizo forte, óbitos de bovinos pelo aquecimento com prejuízos mensurados em R$ 15 bilhões nos exemplos estudados no Rio Grande do Sul, no período 2019/2020, e o mesmo se repetindo no Paraná e Mato Grosso. São estudos abundantes desde 2000 e ele pede que esses fatos cheguem até o povo. A safrinha de milho nesta safra 2020/2021 está prejudicada e trará graves consequências para o setor de aves, leite, ovos e suínos, fregueses do milho.
Na Jornada da Coalizão para a semana mundial do meio ambiente, outro pedido é o uso da lei no combate ao desmatamento ilegal, e que o problema para o clima não é o boi, não é a pecuária, não é a agricultura, é desmatamento. Temos o código florestal, só falta implementação.
Com agricultura, com integração da pecuária e com florestas comandamos positivamente e emissão de gases efeito estufa. E sobre a agricultura familiar, os pequenos agricultores são fundamentais para a dignidade da vida no planeta, o empreendedorismo e com o cooperativismo para muitos.
Uma conclusão muito boa dessa Jornada da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura. O Brasil conhece e sabe muito bem o que tem que ser feito, só falta fazer em velocidade. E faremos. Essa é a conclusão da Jornada da Coalizão.
Produzir, conservar, adaptar e incluir, como salientou Eduardo Assad, a maior riqueza do país, a utilização das soluções genéticas da biodiversidsde do cerrado brasileiro.
Sobre o que precisamos fazer, e como fazer a coalizão, conclui: Isso já está dominado e ninguém poderá impedir de ser implementado.
Sociedade civil governo e iniciativa privada reunidos é a fórmula.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.