Eldorado/Estadão - FAEP e Ocepar conscientizam Ratinho Junior para não taxar agro paranaense
Publicado em 30/11/2022
DivulgaçãoEstou hoje no Paraná, em Cascavel, e produtores rurais celebraram a decisão do governador do Paraná Ratinho Jr de não mais taxar produtos agrícolas do estado.
Para essa revisão da proposta de taxação, foi muito importante a liderança da FAEP, Federação de Agricultura e Pecuária do Paraná, com seu presidente Agide Meneguetti, e também da Ocepar, Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, José Roberto Ricken. Ambos muito além de propor invasões e tumultos físicos nas portas das assembleias e instituições, mostraram que agronegóio é um sistema que envolve toda a sociedade, e que não é de forma alguma justo colocar nos ombros exclusivamente de produtoras e produtores rurais o peso para resolver problemas estruturais que pertencem a todos, não apenas a alguns.
O corte no ICMS dos combustíveis com óbvios fins eleitoreiros provocou um buraco nas contas estaduais, além de prejudicar o programa Renovabio, dos biocombustíveis. Mas é necessário estudos muito mais profundos para corrigir essa situação.
Estive num encontro onde o secretário de agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, também se pronunciou sobre a importância dos investimentos infraestruturais, salientando inclusive nas telecomunicações, com 4G para todos, vital para a gestão competitiva do campo doravante.
O estado do Paraná tem uma imensa maioria de propriedades agrícolas com áreas inferiores a 50 hectares. Portanto, pequenos. O cooperativismo é exemplo extraordinário paranaense, inclusive com agregação de valor em aves, suínos, ovos, leite e agora em forte crescimento o peixe.
FAEP e Ocepar demonstraram ao governador aumento de custos elevadíssimos para a produção agropecuária, fertilizantes, defensivos, sementes, máquinas e do outro lado a avicultura e suinocultura estão sofrendo, pois uma saca de milho saltou de menos de R$ 30 para mais de R$ 90. Já uma saca de soja pulou da faixa de R$ 70 para quase R$ 200 e hoje anda em torno de R$ 170, dois itens sagrados nos custos da proteína animal. E ficou também evidente que não fosse a organização associativa e cooperativista do Paraná dificilmente não iríamos ver a repetição do ocorrido em Goiás onde a taxação foi aprovada.
Além disso tudo há o risco climático onde o Paraná sofreu nas duas últimas safras com perdas consideráveis, ou seja, taxar agricultores é um erro estratégico pois significam o elo mais frágil, de maior risco, pleno de incertezas, dentre todos os agentes do sistema industrial, comercial, de serviços do complexo do agronegócio.
A agropecuária sozinha não pode pagar a conta que cabe a sociedade como um todo. Parabéns lideranças paranaenses, FAEP e Ocepar. Prevaleceu a sensatez.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.