CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Temperatura amena entre agro e governo federal, ministro Fávaro elogiado.

Publicado em 05/07/2023

Divulgação
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento

Muito diferente a “temperatura” do humor existente neste início de julho entre o governo federal versus o agronegócio no início do novo governo.  E, sem dúvida, ouço elogios ao desempenho do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Carlos Fávaro.

Sobre o Plano Safra, de zero a dez, a nota 8 tem sido normal, sempre com as ressalvas do juro alto, e também como ouvi de Antônio Galvan, presidente da Aprosoja Brasil, considerando insuficientes os recursos para armazenagem e para o seguro rural, uma unanimidade.

Do presidente Lula, sua defesa na Europa sobre as exigências europeias ambientais e cobrando compromissos assumidos pelos países ricos no suporte aos demais países nos investimentos para combate às mudanças climáticas soaram bem, aos ouvidos do agro. Da mesma forma afirmando não tolerar invasões ilegais de terras.

Algo que está mais percebido neste instante por toda sociedade é a separação entre produtoras e produtores rurais, dos contrabandistas, traficantes, grileiros, desmatadores da madeira ilegal, e de uma rede de contravenção e crime organizado que domina a Amazônia. Uma justa separação do joio do trigo.

Estudos sérios já trazidos aqui no Agroconsciente também demonstram que sob os aspectos legais ambientais de 95% a 99% dos agricultores passam com nota 10 pelo compliance exigido, e são estudos realizados por instituições independentes como recentemente Serasa Agro Experian fez e divulgou.

Dessa forma o agro é tech, o agro é pop, o agro é de gente para gente, assume um contorno de esperanças realistas afastando os medos e temores do governo novo. Afinal de contas o governo novo não é bobo, e a arma econômica que tem à sua disposição para poder fazer uma transposição estimulando toda a economia é exatamente o agronegócio dentro de suas cadeias produtivas.

Temperatura amena, podendo ser aquecida por fatores incontroláveis como mudança climática, como guerra na Europa, como aumento ou diminuição do consumo na China. Preços das commodities caíram como regra, exceção ao açúcar.

Mas se tivermos ambiente para diálogo tudo pode melhorar, desde o meio ambiente até a vida dos pequenos produtores, comerciantes e agroindústrias com o cooperativismo, dentro da sua semana de celebração e eventos. E a tão desejada queda de juros que reúne agronegócio com governo.

Que nossa cabeça só esquente para criarmos planos exequíveis e realistas que nos levem a um futuro melhor, esquentar a cabeça com brigas e ódios intestinos não terminam nada bem, podem virar diarreias.

Que o bom humor na temperatura das relações agro e governo perdurem.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Entrevistei Sonia Chapman, secretária executiva da Rede Empresarial Brasileira de Avaliação de Ciclo de Vida, uma das maiores especialistas com visão de números da sustentabilidade no país. A atual proposta de regulação do mercado de carbono aprovado pelo Congresso com a agropecuária fora da regulação indica, na verdade, ser impossível ter uma fórmula única para realidades muito distintas, que irão exigir foco regional numa visão sistêmica e integrada de todas as peças desse complexo sistêmico, um lego ambiental brasileiro que exige governança.
Conversei muito nestes dias com o pesquisador da Embrapa Solos José Carlos Polidoro. Ele está no Grupo de Trabalho do Plano Nacional de Fertilizantes que será implementado a partir do final deste mês. O plano objetiva a médio e longo prazos permitir que o Brasil reduza a menos de 50% sua dependência de fertilizantes importados, dobrando a oferta para mais de 80 milhões de toneladas até 2050.
Agronegócio é 1/3 do PIB diretamente, e outros tantos indiretamente, enquanto isso, o cenário das safras piora. Precisamos de um plano emergencial. Existe potencial instalado no país, só depende de lideranças com foco na administração e mitigação dos fatores incontroláveis.
Conversei com o governador Eduardo Leite, eu diria um grande herói desse momento, no Congresso da ABAG, e perguntei a ele como está o agronegócio no Rio Grande do Sul.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite