CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Plano de transformação ecológica poderá ter investimentos gigantescos, cerca de 30% do valor total do agronegócio nacional por ano

Publicado em 08/01/2024

Divulgação
Plano para a Transformação Ecológica

Esse plano foi apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, a COP-28. O plano foi lançado pelo ministro Fernando Haddad, da Economia, e conta com suporte da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, Carlos Fávaro, do Ministério da Agricultura (MAPA), Paulo Teixeira do Desenvolvimento Agrário e do vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin.

E sob o ponto de vista do agronegócio, o plano deverá incluir o projeto de restauração de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas, o que significaria dobrar a área agricultável brasileira sem cortar uma árvore, muito ao contrário, plantando árvores dentro dos modelos de agricultura de baixo carbono como integração, lavoura, pecuária e florestas, programas agroflorestais integrados e sistemas de biocombustíveis e bioenergia como o próprio biogás produzido a partir de uma visão de economia circular, com os resíduos e dejetos existentes nas atividades agropecuárias, como  da pecuária confinada, das lagoas de resíduos da suinocultura, e também da cana de açúcar produzindo bioeletricidade, e biometano, etc.

Esse plano de transformação ecológica deverá reunir investimentos gigantescos, na casa de US$130 a US$ 160 bilhões por ano com o objetivo de melhorar o meio ambiente e diminuir desigualdades. Este volume financeiro equivale a cerca de 30% de todo movimento atual do sistema do agronegócio nacional anual.

O plano de transformação ecológica tem seis eixos: financiamento sustentável, desenvolvimento ecológico, bioeconomia, transição energética, economia circular, e infraestrutura e adaptação às mudanças climáticas.

Investimento em infraestrutura é um alicerce vital para este plano. Regulação do mercado de carbono, núcleos para inovações tecnológicas, muitas iniciativas nos centros urbanos como eletrificação de frotas de ônibus, investimentos na reciclagem e obras para reduzir riscos de desastres naturais.

Nas áreas rurais, um comitê interministerial já está estudando sobre o plano de restauração de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em ativos com superávit ambiental e social.

Títulos verdes já são uma realidade, novos editais do BNDES estão a caminho, e a iniciativa privada já atua com fundos de investimentos de olho na transformação de terras degradadas em modelos agrissilvipastoris, como programas ilpf – integração lavoura, pecuária e floresta obtendo, além de carbono neutro, resgate de carbono e metano, um superávit nessa nova contabilidade invisível, a “carbonaccountability”.

O sistema chamado de agronegócio, que envolve o antes, dentro e pós-porteira das fazendas agora irá muito além dessas dimensões físicas, caminharemos para o alto na atmosfera e para o profundo na proteção ambiental dos aquíferos.

Agroconsciente, uma visão que trará significativo impacto positivo no PIB brasileiro.

Precisamos de velocidade nas ações do plano de transformação ecológica. De US$ 130. US$ 160 bilhões anuais equivale a cerca de 30% do valor total do agronegócio brasileiro. É investimento monumental.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

João Marchesan também vice-presidente da Agrishow mostrou o balanço da feira encerrada semana passada atingindo número de propostas e de negócios superior a R$ 11 bilhões, superando em mais de 350% o movimento da última Agrishow de 2019, que foi de R$ 3 bilhões.
“O país precisa criar coragem para encarar o problema da situação fundiária na Amazônia, de frente”. Essa é a afirmação do diretor executivo do Instituto Escolhas, Sérgio Leitão, a partir de um estudo realizado em parceria com o Grupo de Políticas Públicas da ESALQ/USP.
Entrevistei um dos maiores especialistas da nova economia sobre a MP que muda as relações com as florestas: Daniel Vargas , coordenador do Observatório da Bioeconomia daFGV. 
Precisamos superar a crise que incomoda mais de 1 milhão de produtores de leite brasileiros. O Brasil tem um consumo percapita de leite na faixa de 149 kg/ano segundo me informou a consultoria Alvarez & Marsal, num estudo realizado apontando novos hábitos dos consumidores, diminuindo o consumo do leite sendo substituído por produtos congelados e outros lácteos. Segundo A&M, o consumo do brasileiro no leite é tímido, os 149 kg/ano habitante quando comparado a países vizinhos como Argentina 195 kg/ano, Uruguay 211 kg/ano, é muito abaixo das recomendações de organizações de saúde como nos Estados Unidos 267/kg/ano, da Health and Human Services, ou na Austrália 228 kg/ano.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite