Eldorado/Estadão - Não existe sustentabilidade impossível. Existe, sim, a urgente administração consciente, totalmente possível.
Publicado em 01/11/2023
Divulgação“O país precisa criar coragem para encarar o problema da situação fundiária na Amazônia, de frente”. Essa é a afirmação do diretor executivo do Instituto Escolhas, Sérgio Leitão, a partir de um estudo realizado em parceria com o Grupo de Políticas Públicas da ESALQ/USP.
O estudo revela a existência de 118 milhões de hectares de terras públicas ainda sem destinação definida na Amazônia, vulneráveis à ocupação irregular. Dos quais 56,4 milhões de há já foram ocupados, e o restante 59,5 milhões de há (praticamente uma agricultura inteira brasileira) que pode e deve ser imediatamente destinado a criação de territórios protegidos, como territórios de ocupação coletiva e unidades de conservação.
“ E com isso resolveríamos a questão fundiária e ambiental”, Sérgio Leitão, diretor executivo do Instituto Escolhas comentou a importância de rompermos o ciclo permanente de “invadir, desmatar e depois pedir título da terra”.
Essa mudança para romper o ciclo da ilegalidade e da pobreza começaria pela destinação de todas as terras públicas ainda não destinadas. E a regularização das áreas já ocupadas deve ser avaliada seguindo parâmetros diferentes daqueles que terminam por incentivar novas ocupações. O tenebroso ciclo: invade, desmata, pede o título.
Uma iniciativa fundamental em paralelo a essa coragem para enfrentar o problema de frente, está também nos projetos agroconscientes agroflorestais, como temos divulgado aqui, e um deles uma recém startup fundada para viabilizar sistemas agroflorestais, a Belterra vai investir R$ 1 bilhão para permitir a evolução de pequenos pecuaristas na Amazônia.
Significará transformá-los do setor da cria para a recria. O fundo JBS para a Amazônia com apoio do fundo Vale, Good Energy Foundation, Cargill e Gaia. É a Rio Capim que objetiva atingir 350 mil bezerros rastreados.
Portanto precisamos de coragem e lideranças criadoras. No Brasil as oportunidades não administradas criam problemas que geram vítimas abandonadas.
Não existe sustentabilidade amazônica impossível. Existe, sim, a urgente administração consciente, totalmente possível.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.