Eldorado/Estadão - Líder indígena moderno quer diálogo com sociedade brasileira!
Publicado em 05/12/2022
TCAEstou hoje aqui com o cacique Roberto, da Aldeia Porto Lindo, aqui em Japorã, Mato Grosso do Sul, conversando sobre a evolução que tem de ocorrer no assunto indígena e o cacique tem uma visão muito importante que eu queria que ele compartilhasse com todos nós!
“Quero manifestar o meu pensamento como indígena guarani do Mato Grosso do Sul. É um prazer conhecer o nosso amigo Tejon e é uma oportunidade que a gente está tendo para trocar experiência. Então, hoje, na minha visão como cacique da tribo indígena guarani o tema importante é o diálogo. O indígena dialogar com os não indígenas para que nós possamos melhorar a nossa interação, a nossa amizade, a nossa aproximação e trabalhar juntos. Somente através do diálogo que a gente consegue entender o ser humano e entender o não indígena, e o não indígena entender os povos indígenas com as suas realidades, com os seus pensamentos e seus desejos e trabalharem juntos.”
Esse tema do trabalhar juntos, a presença de indígenas trabalhando em organizações, estudando, se desenvolvendo e também tem uma área muito bonita, de uma lavoura de mandioca, feita aqui que depois vem para a cooperativa, uma cooperativa que processa e agrega valor e tomara que a gente tenha, Cacique, esse desenvolvimento e uma interação natural e normal das nossas sociedades e o diálogo. Então sua mensagem final aqui, pessoal de São Paulo, com o cacique Roberto, conversar, dialogar e nos entrosarmos, não é Cacique?
“Com certeza, e quando eu falo trabalhar junto é isso. 80% da população indígena é de agricultores que trabalham na lavoura e também não só na lavoura, podemos trabalhar juntos nas indústrias, nas empresas, e construir um mundo melhor tanto para a sociedade não indígena e também para os indígenas que têm essa visão, que quer que esse desejo seja realizado para a população indígena. Muito obrigada e que Deus abençoe a todos os ouvintes.”
Um chefe indígena querendo diálogo com a sociedade e fim do isolamento dos índios. Querem trabalhar, empreender e prosperar. Ele me disse: “eu trocaria as 1.300 cestas de alimentos que recebemos por 1.300 empregos!”
E já tem índios dessa aldeia com 6 mil indígenas trabalhando nas empresas da região aqui no Mato Grosso do Sul.
José Luiz Tejon para a Eldora/Estadão.