CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Voz de líder: João Marchesan, presidente do Conselho da ABIMAQ, pede até 2030: “500 milhões de t de grãos” e outros 5 pontos essenciais

Publicado em 02/05/2022

Divulgação ABIMAQ
João Marchesan, vice-presidente da Agrishow

João Marchesan também vice-presidente da Agrishow mostrou o balanço da feira encerrada semana passada atingindo número de propostas e de negócios superior a R$ 11 bilhões, superando em mais de 350% o movimento da última Agrishow de 2019, que foi de R$ 3 bilhões.

Pedi ao João  Marchesan a sua visão de líder para os planos do próximo presidente da República e ele traz sugestões de prosperidade as quais considero pragmáticas e programáticas, gostei. Fala de objetivos claros como chegarmos até 2030 com 500 milhões de toneladas de grãos, onde hoje estamos com 270 milhões. Essa meta e demais pontos vamos ouvir na transcrição literal do próprio João Marchesan para o Agroconsciente do Jornal Eldorado/Estadão.

““A Abimaq entende que através das suas Câmaras Setoriais do Agro, que é de fabricantes de máquinas agrícolas, irrigação e armazenagem, nós devemos ter um Plano Safra bianual, que dê um norte para que os produtores agrícolas e pecuários possam ter para trabalhar em função de seus investimentos. Entendemos que precisamos de um Plano Safra que contemple o Moderfrota, que é a modernização de frota para compra de tratores e máquinas agrícolas, e também é muito importante a questão da armazenagem. Nós temos um caos logístico muito grande pelo déficit de armazenamento de grãos hoje que chega a mais de 100 milhões de toneladas. Como nós deveremos produzir até 2030 aproximadamente 500 milhões de toneladas, nós temos que continuar fazendo e produzindo capacidade de armazenagem estática e também é muito séria a questão da irrigação. A China irriga 70 milhões de hectares por ano, os Estados Unidos, 17 milhões e o Brasil, 7 milhões de hectares. É muito importante que hoje com esses 7 milhões de hectares, é aproximadamente 15% do que nós plantamos e responde por 40% da produção agrícola. Nós temos desafios muito grandes para garantir a nossa safra através de irrigação, principalmente no Cerrado onde nós podemos, ao continuar aumentando a produção de trigo que poderemos chegar a 22 milhões de toneladas, e assim alimentar o povo brasileiro e ser um grande exportador. E também nós temos outras oportunidades, mas com referência a autossuficiência. O Brasil não é autossuficiente na produção de fertilizantes e defensivos. Nossa dependência é muito grande em alguns elementos como por exemplo do nitrogênio, chegando a 95% de dependência, o potássio, 85%, sendo que nós temos diversas fábricas fechadas e paradas no Brasil. Então isso precisa ser reativado e nós não podemos ter essa dependência. Esse é o mais importante que eu quero deixar claro que nós precisamos resolver um Plano de Governo para que a médio prazo nós tenhamos a produção novamente sustentável”.

Dessa forma, temos na voz deste líder uma proposta com objetivos pragmáticos, com design programático, e números objetivos a serem atingidos. Sintetizando 6 pontos vitais:

  • 500 milhões de toneladas até 2030;
  • Plano safra bianual com Moderfrota para máquinas agrícolas incluindo armazenagem e irrigação;
  • Corrigir o caos logístico onde temos um déficit de mais de 100 milhões de toneladas sem armazenagem estática;
  • Desenvolver aceleradamente a irrigação onde irrigamos apenas 7 milhões de hectares contra 70 milhões da China e 17 milhões dos Estados Unidos;
  • Plantar trigo para um objetivo de 22 milhões de toneladas saindo de importadores para exportadores, principalmente no Cerrado;
  • Sermos autossuficientes em fertilizantes e defensivos com indústrias no Brasil.

Que assim seja, como ele encerra: “um plano de governo a médio prazo para produção sustentável”.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

Cooperação exige confiança e, sem dúvida, a ótima liderança. No agro as cooperativas brasileiras têm crescido a dois dígitos em meio à crise, enfrentado gigantescos grupos empresariais e mostrado que com cooperação e democracia venceremos em qualquer situação.
Entidades agroindustriais pedem sensatez e pacificação do país. A Abag, Abiove, Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia de Nutrição Vegetal), Abrapalma, Croplife, Sindiveg (Sindicato da Indústria para Defesa Vegetal) e IBA, soltaram um manifesto onde em síntese expõem: preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional. 
O protagonismo das mulheres no agro é crescente e muito importante. No CNMA - Congresso Nacional das Mulheres do Agronegocio o convívio com mais de 7500 participantes ao longo dos últimos anos revela virtudes significativas na competência da gestão do agro cuja contribuição feminina é decisiva para esta década. O CNMA 2022 trará como fundamento a coordenação das cadeias produtivas como fator crítico de sucesso, ou seja, precisamos ir além das fronteiras das fazendas, dialogar e criar governança desde o “gene até o meme“. Traduzindo, da genética até as percepções dos
Marcello Brito traz uma visão positiva até o momento da Cop-26 para o Brasil, ressalta a importância do Plano Renovabio para a transição energética e do carbono e acrescenta que temos uma lei florestal excelente, basta apenas ser cumprida.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite