Custo de todos os alimentos dobram de preço no mundo e Brasil terá safra record
Publicado em 12/03/2021
Devido a pandemia disruptiva das cadeias produtivas, restrições de exportações por parte de países e clima, a FAO informa que todos os alimentos, tendo como base a média dos preços dos anos 2014/2016, subiram 106% até março de 2021. Os principais aumentos foram: óleos vegetais, 147%; cereais, 126%; produtos lácteos, 113%; açúcar, 100%; carnes, 96% e feijões no Brasil, 54%.
Estamos frente a uma inflação dos alimentos mundial. E aspectos colocados como custos de frete marítimo, como exemplo a declaração de uma companhia nos Estados Unidos informando que pagava 6 meses atrás US$ 2,5 mil para embarcar um contêiner de 12 metros de Nova York para Califórnia, e hoje está pagando US$ 67 mil.
Uma crise de conteiners, dentre vários problemas acumulados. O Brasil tem dependência externa elevada nos fertilizantes, por exemplo, o que levou a ministra Tereza Cristina a instituir um grupo de trabalho para em 120 dias apresentar sugestões para um plano nacional de fertilizantes, onde cerca de 80% deste insumo vital para o agro do país vem de fora, ou seja, o agro brasileiro entra pelo Porto, e depois também sai pelo Porto.
Vamos para uma safra superior a 272 milhões de toneladas de grãos, com total ênfase na soja e no milho, as argamassas das rações do mundo, dos óleos e biodiesel e etanol não de cana. Milho, de 102 milhões de toneladas para 108 milhões e soja de 124 milhões para 135 milhões. Arroz continuamos nas cerca de 11 milhões de toneladas e o feijão 3 milhões e 200 mil, as mesmas. No arroz e feijão continuamos com os volumes tradicionais.
Sem dúvida um planejamento estratégico com metas, política de armazenagem, acesso a mercados e segurança alimentar no país precisaremos desenvolver. Hoje tudo está por conta e risco do produtor rural. E agropecuária exige segurança de investimentos para longo prazo. Planejamento estratégico de todo agronegócio brasileiro. Hortifruticultura e oportunidades de crescimento interno como pescado, lácteos, trigo e cacau fazem parte da conta.
José Luiz Tejon, Coluna Agroconsciente, para a Rádio Eldorado.