CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Urgentíssimo: novo ministro da Agricultura. Que seja um sábio “maestro”

Publicado em 12/12/2022

Divulgação
Ministério da Agricultura

O setor do agronegócio está dividido, polarizado, uma parte com medo apocalíptico do novo governo, outra parte seguindo adiante, enquanto movimentos sociais já buscam protagonismos nas suas teses de olho nas movimentações dos sem terra, por exemplo, associando a palavra agronegócio com exploração ambiental e humana e se esquecendo que qualquer assentamento produtivo precisa da gestão desse conceito agronegócio além da filosofia cooperativista para obter sucesso para muitos e não para alguns. De fato agroconsciente o caminho.

E enquanto tudo isso rouba foco e distrai o agronegócio de um mundo competitivo em mudança veloz que não estaciona para nos esperar, a União Europeia avança com a regulamentação de não adquirir produtos de áreas desmatadas após 2020, a China investe pesadamente na reconstrução de sua suinocultura e segurança alimentar, o setor industrial brasileiro anda de ré, incluindo a agroindústria que precisa investir para de fato virmos a ser o super mercado do mundo, acima e além de celeiro do mundo. Enquanto isso o Renovabio sofre, o biodiesel sofre, produtores de aves, suínos, ovos, leite, pescado, dependentes de ração sofrem, e estamos poderosamente carentes de um planejamento estratégico agroalimentar, energético, ambiental decisivo como plano de estado para o bem da nação como um todo.

A presença do Sr. ou Srª. Ministro (a) da Agricultura é urgente, emergencialmente urgente. O diálogo dentro do setor precisa ser iniciado agora para que possamos correr atrás do diálogo com os demais setores da sociedade civil organizada e dos demais ministérios do novo governo.

Esse ministro precisa ter a confiança dos produtores rurais de todos os portes, dos micro aos empresários das grandes fazendas, precisa se afastar de visões político partidárias colocando o crescimento do setor acima de tudo, e uma política de alimentos, agroenergia e meio ambiente sinérgicas entre si.

No primeiro mandato Lula o escolhido foi Roberto Rodrigues. Que agora possamos ter ou o próprio Roberto ou um ser humano de elevado nível evolutivo e competência como foi Roberto Rodrigues, Neri Gueller, Carlos Fávaro, Blairo Maggi, Nilson Leitão. São nomes comentados. O Estado de São Paulo teve crescimento do PIB do agro em 2022, todas as propriedades agrícolas com o CAR, investimentos superiores na pesquisa, e conflitos historicamente graves sociais como no Pontal do Paranapanema, muito bem conduzidos. Itamar Borges e Chiquinho Maturro, da Secretaria da Agricultura paulista são dois quadros competentes para servir o governo federal, por que não?

Está na hora de transformar a cacofonia do agro numa positiva sinfonia. Que venha um sábio maestro. Mas que venha já espantando o medo com a batuta da sensatez nas duas mãos.

Um sistema que impacta cerca de 30% do PIB já deveria estar muito mais bem cuidado pelo presidente eleito Lula e incluído transversalmente em todos os demais ministérios.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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