CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Menos cana de açúcar. E também Abramilho pede planejamento estratégico. Só tu milho? O agro todo quer

Publicado em 25/08/2021

Divulgação
Menos cana de açúcar e menos milho

No estudo das grandes crises mundiais podemos observar que uma desgraça nunca vem só. Sempre atraem outras em paralelo. Então crise sanitária mundial, crise hídrica, crise climática, crise alimentar, crise econômica e crise de gestão, liderança, ausência de um planejamento estratégico competente para enfrentar esse caos.

Temos uma guerra gigantesca para enfrentar e nos distraímos atirando pedras no telhado dos vizinhos e fazendo bullying uns contra os outros. Marisete Belloli, gerente agropecuária da Conab São Paulo, me disse que o segundo levantamento da projeção de safra da cana de açúcar apresenta queda.

Teremos 9,5% a menos de cana, num total de 592 milhões de toneladas. A razão dessa queda está na adversidade climática, deficiência hídrica, geada, principalmente em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Houve uma redução de cana de 62 milhões de toneladas comparado a safra anterior. Significa menos açúcar, uma redução de 10,5% sobre a safra anterior e deveremos produzir 36 milhões e 900 mil toneladas.

Sobre o etanol total também houve redução. A projeção da Conab aponta para 29 bilhões e 22 milhões de litros de etanol. Isso significa menos 10,8% da mesma forma sobre a safra passada.

Essas são as informações de ontem da Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab e haverá um terceiro levantamento da cana de açúcar em novembro. Então teremos o cômputo geral da safra. Todas as cadeias produtivas do agro estão com redução de oferta, e custos 50% superiores ao ano passado.

Ontem também Cesario Ramalho, presidente institucional da Abramilho, Associação Brasileira dos Produtores de Milho, pediu com urgência um planejamento estratégico para o milho, pois além de demanda internacional crescente o milho é vital para várias cadeias produtivas do país, como ração e insumos industriais. Portanto fundamental para a segurança das cadeias de abastecimento da população. E milho pode ser plantado em todos os lugares do país, de norte a sul, leste a oeste.

Mas só tu milho? Todo agro quer e urgencia um planejamento estratégico, bem como todo o país. Estratégia significa enfrentar e superar as incertezas. Mais foco nas crises, mais grão e menos eleição.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Toda vez que uma visão polarizada de governos brasileiros se intrometeram numa questão milenar do Oriente Médio deu errado. Foi questão de tempo para voltarmos a velha sabedoria da neutralidade consciente da diplomacia nacional com respeito a questões que estão além das nossas fronteiras e além do comércio. Pois como afirmava o poeta português Camões: “ quem faz o comércio não faz a guerra”.
Dias 26 e 27 de outubro no Transamerica Expocenter mais de 2.500 congressistas e cerca de 500 jovens, num recorde de público, estarão debatendo a importância da coordenação das cadeias produtivas como fator decisivo para o crescimento do agro nesta década, e a integração latino-americana no 7º Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA).
No editorial do Estadão de 12/10, aliás dia do engenheiro agrônomo, nossos parabéns a essa fundamental categoria; o título fala da “prudência do agronegócio”, onde nem o lulopetismo e o bolsonarismo interessam, pois não se comportam com uma visão estratégica de longo prazo e terminam afogados nos compromissos partidários e ideológicos.
Dra Fabiana Villa Alves, atual diretora de cadeias produtivas e indicação geográfica do Ministério da Agricultura, esteve na China ao lado de membros do governo e iniciativa privada e nos fala a respeito das tendências sem volta a respeito de alimentos sustentáveis, e aborda o quanto já estamos na frente com o nosso plano de agricultura de baixo carbono ABC+.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite