CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Rádio Eldorado/Estadão - Países tropicais irão se unir na pesquisa agropecuária: Tropicultura.

Publicado em 26/11/2025

Divulgação
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura

Roberto Rodrigues na COP30 conversou com lideranças de países situados no cinturão tropical do planeta, faixa entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, incluindo áreas subtropicais, para a criação de um intercâmbio de tecnologia e pesquisa entre essas nações. E também com Sílvia Massruhá, presidente da Embrapa.

Roberto Rodrigues relembrou a criação do grupo Cairns, formado em 1986, para buscar a liberação do comércio agrícola mundial contra barreiras e protecionismos de blocos como a política agrícola comum europeia.

O Brasil e os países tropicais precisam união na ciência e tecnologia nas condições dos trópicos, pois relembrando Alysson Paolinelli, que afirmava que em cada bioma brasileiro existem dezenas de novas descobertas da ciência a serem realizadas para a segurança agropecuária.

“Durante a COP30 em um determinado dia eu fui convidado para ter uma conversa com a delegação da Austrália e eles fizeram uma referência elogiosa  ao trabalho da ciência e tecnologia tropical desenvolvida no Brasil e gostariam de conhecer um pouco melhor. Então eu fiz uma proposta a eles. Vocês se lembram que há 25 anos havia o Cairns Group, Cairns é uma cidade na Austrália onde foi feito um grande acordo com os países exportadores agrícolas e tinha por objetivo civilizar ou reduzir o protecionismo dos países desenvolvidos. Funcionou muito bem e nós, inclusive, mais tarde criamos o G-20 da agricultura também, quando eu era ministro da Agricultura, e participamos com frequência no Cairns Group. Então agora, conversando com os australianos, eu diria a eles para fazer um Technological Tropical Research Group, um grupo de pesquisa tropical e tecnologia juntando as entidades de pesquisa agronômica, veterinária, zootécnica, florestal, enfim tudo que fosse ligado ao agronegócio dos países tropicais onde entrariam Brasil, Austrália, Nova Zelândia, China, provavelmente Argentina, outros países da América Latina, México, e teria um intercâmbio de figuras tropicais na região Sul Sul do planeta. Eles gostaram muito da ideia, disseram que iam conversar sobre o assunto e logo em seguida eu tive um encontro com a presidente da Embrapa, a Silvia Massruhá e passei também a mesma ideia, a mesma tese. Ela gostou muito do assunto e ficou de pensar e arredondar essa ideia e quem sabe montar um grupo de instituições de pesquisa e tecnologia agropecuária tropical, onde possamos trocar cientistas, estudos, estagiários, estudantes para podermos cada vez acrescentar mais informações tecnológicas aos países do sul do planeta”.

 “Tropicultura”, expressão criada pelo economista Paulo Rabello de Castro, e iniciativa de uma Technological Tropical Research Group de Roberto Rodrigues, podem significar a extraordinária contribuição desta COP30 para o Brasil, as nações tropicais e para a segurança alimentar, energética, ambiental, climática e social do mundo. E com certeza terá impactos positivos na economia e renda de todos esses países também.

Parabéns Prof. Emérito da FGV, Dr. Roberto Rodrigues. Extraordinária visão e convocação!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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