CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - 52,83% dos produtores rurais do país são pardos e pretos, assim informa o IBGE

Publicado em 16/12/2022

Divulgação
IBGE divulga Censo 2017

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta semana os dados do Censo 2017 sobre as raças humanas que formam o agronegócio do dentro da porteira. A soma de pardos e pretos representa 52,83%; brancos 45,43%; indígenas 1,12%; e amarelos 0,62%.

Este enorme contingente humano quando reunidos, pardos, pretos, significam cerca de 2.700.000 propriedades, de micros e pequenos, praticamente desassistidos de assistência técnica, ciência, tecnologia e insumos modernos, apenas 9,57% deles com acesso a assistência técnica.

Na população indígena fortemente presente na produção extrativa, e produtora de mandioca principalmente para consumo próprio, apenas 8,4% recebe assistência técnica. O IBGE também registrou no extrativismo uma presença quase universal do açaí.

Fica evidente que um planejamento estratégico do agronegócio do país exigirá ações para inclusão de milhões de produtores rurais, inclusive com estímulo e educação para o cooperativismo e o incentivo para a formação e atração dos sucessores, filhas e filhos, da juventude num agro que pode dobrar de tamanho com sustentabilidade para todos.

As mulheres comandam 21,78% das propriedades quando um cônjuge pertence a uma dessas raças pesquisadas. Existem oportunidades para o desenvolvimento de selos de indicação de origem e associativismo, se ocorrer a organização destes produtores, porém foco e investimento em educação e acesso ao conhecimento da tecnologia contemporânea é fundamental.

A diferença no estágio tecnológico e de relações com os mercados é enorme entre brancos, pretos e pardos, e indígenas. Os amarelos seguem mais voltados a especialidades e áreas de valor agregado num outro patamar, aliás chama atenção a presença no entorno do Distrito Federal com horticultura.

O IBGE está de parabéns, e aproveito para lembrar aqui do dirigente do IBGE à época do Censo 2017 que lutou bravamente atrás de recursos e com criatividade para que ele fosse realizado no governo Temer, trata-se do brilhante economista Paulo Rabello de Castro, aliás na opinião deste colunista uma extraordinária opção para o Ministério da Agricultura, um quadro competente que o Brasil precisa utilizar, por que não?

O IBGE nos revela pela primeira vez a agropecuária por uma ótica das raças humanas e com isso podemos pensar com mais profundidade o quanto no país necessitamos uma política de estado de inclusão e da importância da diversidade racial.

Bem vinda a diversidade e um só agro oferecendo a todos a mesma oportunidade, que seja boa!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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Estamos quase na virada do ano. E precisaremos mais do que nunca da prosperidade no Brasil. Márcio Lopes, presidente da OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, neste ano de 2021, em nome do cooperativismo que responde por mais de 54% de tudo o que produzimos no agronegócio nacional, tem sido um promotor da importância de uma liderança que, além de frutos econômicos, traga prosperidade para todos numa comunidade. E prosperidade significa a governança da esperança.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) anunciou o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos. Teve origem num decreto de 2011, de Nº 7.623 que regulamenta a Lei 12.097, de 24 de novembro de 2009. Portanto, tema já de longa data nas discussões. Significa um programa de rastreabilidade dos animais ao longo dos próximos 7 anos. A adesão será obrigatória.
Conversei com Acrimat - Associação dos Criadores do Mato Grosso, dr. Oswaldo Ribeiro, seu presidente que me disse ser previsível esses casos, pois em meio a milhões de animais, surgem pouquíssimos casos. São animais velhos, proteína que degenera no cérebro. São vacas que deitam no frigorífico antes do abate.
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