Eldorado/Estadão - A saída do chanceler Ernesto Araújo, o que muda no agronegócio?
Publicado em 31/03/2021
Em quatro perguntas: O ex-chanceler místico radical ideológico deixou alguma lição positiva? Sim, deixou a lição para que todos leiam um grande clássico do comportamento humano escrito por Dale Carnegie: “como fazer amigos e influenciar pessoas”. Sua incompetência para a arte do relacionamento humano, e a empatia com os diferentes de suas seitas é absolutamente zero. Um profissional incapaz para as funções de “relacionamento exterior”. Brigou com o maior cliente do país, a China. Brigou com o segundo maior cliente do país, a Europa. Brigou com o terceiro maior cliente do país, os Estados Unidos de Biden. E brigou com o 4º maior cliente brasileiro, o Oriente Médio com as ideias de abrir embaixada em Jerusalém. Se essas ideias são de cepa própria, ou implantadas por lavagem cerebral em seus neurônios, não importa, mas foi o arauto das mesmas.
O novo chanceler Carlos França deverá trazer algum impacto positivo? Sim, o novo chanceler deverá seguir um comportamento de um ser humano normal nessa arte do comércio mundial, afinal como escreveu o poeta português Camões: “quem faz o comércio não faz a guerra”. E assim como o novo ministro da saúde, o dr. Queiroga, passou a dizer e fazer o que teria que ser dito e feito desde o início da pandemia; com certeza o Sr. Carlos França irá mudar a narrativa mística salvadora da humanidade do ex-chanceler, às custas do agro nacional e das vidas perdidas sem vacinas obtidas.
Nestes 2 anos e 3 meses de governo, o que e quem tem salvo as relações internacionais do país no agronegócio? A legítima ministra das relações exteriores do agro tem sido Tereza Cristina, que deveria receber um bônus pelo acúmulo da função, além de preservar os legítimos interesses do país, sempre ressaltando que para cada dólar que recebemos da China, temos o equivalente de 1 dos Estados Unidos. Nada contra nenhum cliente, mas no caso os norte-americanos de Trump, ainda levaram vantagem exportando etanol para o Brasil com taxa zero. Na mesa de negociações a ministra não teve medo e disse para o Sr. Trump, “sem dúvida presidente, ficamos com o seu etanol, mas o Sr. fica com o nosso açúcar?”. Estamos no aguardo.
Imagem, comunicação e acesso a mercados são os 3 fatores mais críticos do agro. Doravante, o que o setor pode fazer daqui pra frente? O setor está fazendo. Enquanto a caravana passa e os cães ladram, a caravana brasileira que trabalha, produz, exporta segue na sua missão. São centenas de mercados abertos e, agora, nesse exato momento apenas para falar de um, se trata da China querendo também incluir o abacate brasileiro na sua lista de importações.
E na fruticultura o mundo movimenta cerca de US$ 140 bilhões por ano, e nós vendemos apenas US$ 900 milhões, ou 0,6%. Podemos objetivar 6% do mundo, multiplicar por 10 e com isso criarmos milhões de empregos, só para ficarmos num exemplo, onde a Abrafrutas iniciará um planejamento estratégico setorial. Ou seja: ao lado de gente sensata e humana do governo, os empresários, cooperativas, a ciência e as entidades da sociedade civil organizada estão agindo. E precisará prevalecer a imagem positiva brasileira numa luta doravante contra o “precaucionismo”. Precisaremos comunicar a partir de fontes respeitáveis e de reputação ilibada, e precisaremos sair para vender muito mais, diversificando produtos e destinos.
Fora isso, seria um espetáculo se a ideia do Sindan, de usar plantas industriais no Brasil que fazem a vacina aftosa, também fossem voltadas para a vacina Covid-19. E quem sabe até ajudarmos o mundo inteiro também nessa luta. Saiu o ex-chanceler incompetente para esse cargo. A ministra Tereza Cristina segurou todas. Que a sociedade civil não esmoreça nunca pelo Brasil. E que o novo chanceler seja bem sucedido.
José Luiz Tejon.