Eldorado/Estadão - A sirene de alerta soa nos números da agropecuária 2022. Um plano safra de guerra é necessário.
Publicado em 03/06/2022
PIB caiu 8% na comparação do 1º trimestre 2022 com 2021, e 0,9% comparando o 1º trimestre 2022 com o 4º trimestre 2021; e segundo o IBGE os motivos são: seca prejudicando a safra da soja no SUL e MS. Menores áreas plantadas em função dos custos no setor da hortifruticultura, arroz menos 12%, batata inglesa menos 4,1%, tomate menos 5,2%, mandioca teve queda no Paraná e no Mato Grosso do Sul, conforme falei com a COPASUL - Cooperativa de Naviraí que exporta 1/4 do que o Brasil exporta, alerta para potencial falta de mandioca no 2º semestre. A área menor gerou quedas na produção da mandioca 2,7%, batata 5,5%, tomate 7,8% e uva 12,2%.
Sobre próximas projeções: como as comparações estarão sendo feitas com preços elevados das commodities e dos produtos em 2021, somente se tivermos um crescimento na produção de soja, milho, trigo, iremos ver comparações positivas, pois os preços atingiram em 2021 patamares impensáveis e dificilmente irão subir mais.
Por outro lado nas culturas do mercado interno, com renda afetada, inflação e desemprego e os custos elevados para os produtores não enxergamos perspectivas de aumento de produção.
Logo, voltamos aqui ao imperativo momento onde só nos resta um plano safra de guerra, repetindo a voz do ex ministro Roberto Rodrigues, especial, com recursos priorizados para os alimentos e a produção dos alimentos no país, para podermos resgatar o percentual da agropecuária no PIB, na casa de 8%.
Sem crédito e sem subsídio nos juros, isso dificilmente irá ocorrer.
Está tocando a sirene de alerta no setor, eu diria.
Ou cresce a producao ou não será nos preços comparando 2022 com 2021 que iremos obter aumentos no valor bruto da produção.
Na pecuária, bovinos cresceram, mas os preços aos consumidores dos suínos e frangos e ovos, retraíram pela queda na renda da populacao, e com aumento dos custos da ração, criadores que puderam alojaram menos animais, essas proteínas estão boas para o consumidor, nos preços finais comparados, onde no suíno atingimos 20 kg por habitante ano, merece um louvor o trabalho da ABCS com os supermercados ao longo de 10 anos, e o frango 55 kg. Porém os custos exigem apoio para os criadores.
A CNA pede um plano safra robusto para que os agricultores possam investir, e afirma que taxas de financiamento na base de 17 a 19 % não serão viáveis.
Há expectativas que café, laranja, cana, venham positivo.
Mas fica obviamente necessário planejamento estratégico e proteção aos produtores rurais, pois estes são o elo mais exposto e que correm os maiores riscos dentre todos os agentes do complexo agroindustrial.
José Luiz TEJON para Eldorado/Estadão.