CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Feijão maravilha: 10 entre 10 brasileiros preferem feijão, mas estão se esquecendo de também comer o feijão

Publicado em 02/02/2022

TCA
Por que o brasileiro não come mais feijão?

Feijão só 13 quilos por habitante/ano. Podemos dobrar de tamanho. O feijão nos anos 70 representava cerca de 21 quilos/habitante/ano. E vem caindo no consumo per capita. Quero perguntar, por quê? O mercado mundial de feijão movimenta em torno de 22 milhões de toneladas. O Brasil consegue vender para o mundo apenas cerca de 220 mil toneladas ano e importamos feijão preto conforme as safras.

Como sabemos, temos no Brasil milhões de áreas degradadas prontas para agricultura, além de milhões de produtores rurais precisando de inclusão nos mercados e o feijão ótima opção, por ter mercado em qualquer parte do país e em qualquer segmento social.

Quero perguntar por quê? O Ibrafe, Instituto Brasileiro do Feijão, e seu presidente Marcelo Lüders, me disse que estão agora iniciando uma campanha para que os produtores de feijão utilizem sementes certificadas, pois grande parte do feijão no Brasil ao invés de usar sementes de qualidade utilizam o próprio grão no plantio. E grão não é semente, é grão. Com sementes certificadas a origem do feijão pode ser promovida ao consumidor final, se transformando num prato digno dos master chefs da moda culinária e gastronômica.

O desenvolvimento do consumo do feijão, ou o resgate, que caiu para 13 kg/habitante/ano, tem hoje todo potencial de ser revitalizado. E precisaríamos voltar a ver o feijão como um item presente na mesa dos brasileiros todos os dias e não apenas no momento da nobre feijoada do sabadão.

Feijão é ainda um vegetal proteico que tem um ciclo extraordinariamente curto na lavoura: 90 dias. Apesar do preço ao consumidor ter crescido como o ocorrido em todos os alimentos, 1 quilo de feijão é igual a 1 litro de refrigerante, na faixa de R$ 6 a R$ 7 reais. Continua tendo ótima relação custo benefício.

Dentre os pratos sagrados para atuarmos também no combate à fome, em ações de filantropia, o feijão é o mais completo. Podemos dobrar de tamanho na cadeia produtiva do feijão, desde as novas sementes. Parabéns aos heróis pesquisadores, com produtores, e pedindo aqui a agroindústria processadora e vendedora desse nobre produto, feijão, que o promova como símbolo de saúde, nutrição e alegria numa refeição com a família.

E, sem dúvida, é o alimento fundamental no combate à fome que hoje envolve cerca de 9% da população brasileira e quase 1 bilhão de seres humanos no planeta. E vamos voltar  10 entre 10 brasileiros preferem feijão, mas além de preferir, vamos comer mais feijão.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

O Rio Grande do Sul significa cerca de 70% da produção de arroz no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) conversou conosco através da sua diretora executiva Andressa Silva. Há uma perspectiva de não haver desabastecimento, porém aspectos da logística e mesmo melhores dados sobre o arroz já colhido em silos que podem estar sob inundações são necessários para uma maior certeza da situação. O preço da saca de 60 kg no campo ontem estava a R$ 107,00. Os próximos dias irão evidenciar como ficarão os preços no mercado interno.
Temos mais de 3.500 variedades de cerca de 300 espécies de flores e plantas ornamentais para o presente dos romances, das paixões, do Dia dos Namorados. O Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) está animado com uma perspectiva de crescimento de 4% nas vendas de flores hoje. O dia dos namorados movimenta em torno de 8% do mercado de flores no país. A Holambra é a 4ª maior cooperativa de flores do mundo.
Ouvindo líderes do complexo do agronegócio brasileiro do antes, dentro e pós-porteira, além dos seculares problemas não resolvidos de reforma tributária, logística, privatização do Porto de Santos e um plano de estado para o futuro do agro brasileiro, colecionamos 12 erros que precisam ser evitados no próximo governo.
Conversei com o deputado Arnaldo Jardim, VP da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), que foi relator de uma lei que cria debêntures para infraestrutura, aspecto fundamental para a logística do agro.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite