CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Agricultura na política sim. Política partidária na agricultura não!

Publicado em 16/08/2021

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Agro é paz

O país todo está polarizado. O bem versus o mal, o nós versus o eles. E no agronegócio a polarização também corre solta. Um vídeo e posts circulam pelo país mostrando uma convocação para 7 de setembro que propõe reunir em Brasília, e pelo país, parte dos agricultores, e os caminhoneiros prometendo parar o país se o voto impresso não for aprovado e o pedido de impeachment dos ministros do STF não for encaminhado pelo Senado federal. Chegam a sugerir sangue derramado, se necessário.

A agricultura deve atuar na política nacional e mundial? Sim, claro. Como um ótimo exemplo o Instituto Pensar Agro (IPA), presidido pelo ex-deputado Nilson Leitão, assim como precisamos e devemos atuar nos fóruns mundiais como a OMC, FAO, etc. E como a ministra Teresa Cristina tão bem esse papel tem feito.

Agora colocar política partidária na agricultura não dá certo. O agronegócio, primeiro que envolve milhões de agentes num complexo gigantesco industrial, comercial, de serviços e agropecuária, portanto difícil de alguém sozinho falar em nome desse sistema; segundo não deve se misturar a ideologias e muito menos a guerras pela eleição, pois governos terminam, acabam e o agricultor continua, seja qual for a facção.

Conversei com lideranças que representam o agronegócio que consideram essas convocações “insensatas, oportunistas, radicais, irresponsáveis”.  Outras assim “não tem autenticidade; estamos vivendo um momento bastante difícil sem propostas que norteiem a encontrarmos um caminho de possíveis soluções para o Brasil, estão construindo mais ódio, mais desarmonia e puxando o país para o campo da irracionalidade. Estamos já entrando no campo do incontrolável”.

Portanto, cuidado! Agricultura precisa atuar e ter protagonismo no ambiente político? Sim, mas jamais devemos colocar a política na agricultura, pois o setor é estratégico para a nação e o estado, fica muito acima de governos. O agro não para, mas governos, com certeza, acabam, mudam e são incertos. E param.

Então pergunto aqui: quem fala em nome do agronegócio brasileiro hoje? Um líder admirado unanimidade nacional, candidato ao Nobel da Paz, Alysson Paolinelli me disse: “não creio mais só em governos, precisamos, sim, da sociedade civil organizada”. Portanto digo, liderança orquestrada. A solução é pacificação, conciliação, negociação e planejamento estratégico do agro nacional.

Então aí vai, vamos orquestrar. Maestro  Zeca Pagodinho, desejando melhoras da Covid pra você, no mês do cachorro louco  solta o cachorro e manda vacina anti-rábica na raivosidade humana nacional. 

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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Fabiana Villa Alves, diretora de cadeias produtivas e indicação geográfica  do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), me informou sobre a importância estratégica do Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas: “objetiva conferir credibilidade e transparência à produção agropecuária de baixa emissão de carbono”.
Estou aqui em Brasília no 2º Fórum Nacional do Leite com Geraldo Borges, presidente da Abraleite – Associação Brasileira dos Produtores de Leite – e temos aí no país cerca de 1 milhão e 200 mil produtores de leite em tudo que é cidade, o consumo per capita eu não sei como é que anda, mas em síntese, perguntei ao Geraldo Borges quais as principais ações do setor do leite brasileiro.
Na semana passada o ministro Carlos Fávaro fez a segunda reunião neste ano com mais de 20 entidades do agronegócio. O ministro Fávaro disse que abrimos 41 mercados neste ano e podemos exportar, vender. Também outros pontos dessa reunião está na criação de plataformas de informação a respeito da rastreabilidade comum, e ângulos da sustentabilidade.
O agronegócio está carente de um planejamento estratégico. Muito além de xingamentos, mentiras, fakenews, ideologias e intrigas de uns contra os outros. Afinal agronegócio significa coordenação de todos os elos das cadeias produtivas.
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