CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Agro argentino apaixonado por Milei vai pagar a conta do casamento, da lua de mel, e do baile que promete durar muito

Publicado em 15/12/2023

Divulgação
Milei impõe retenciones para todo o agro argentino

Retenciones, impostos, para todo agro. Taxa universal de 15% sobre toda exportação e na soja mantidos os 33%. Essa decisão desagradou profundamente as lideranças agro da Argentina que afirmaram: “tínhamos expectativas e agora é incerteza”, disse Carlos Achetoni  chefe da Federação Agrária Argentina. O presidente da Sociedade Rural Argentina, Nicolas Pino, disse: “a medida não nos satisfaz, não concordamos”.

Essa ideia de taxar exportações agropecuárias, o setor foge dela como o “diabo da cruz”. Aqui no Brasil já tivemos isso num período da década de 80, também quando vivíamos uma crise inflacionária tenebrosa e economia estagnada. Foi depois da loucura econômica do governo Collor, e do seu impeachment que tivemos o Plano Real, e da mesma forma a Lei Kandir de 13 de setembro de 1996 isentando ICMS dos produtos primários e semi-elaborados exportados no Brasil.

Mas o tema vira e mexe reaparece sob os vorazes tentáculos de sugar o lado econômico que ainda gera oxigênio para o país.

A produção, a originação primária é ponto de apoio para ser alavancada pelos demais elos das cadeias produtivas do antes e do pós-porteira das fazendas, ou seja, a indústria, comércio e serviços.

Taxar a produção agropecuária representa matar a galinha dos ovos de ouro, ao invés de criar as condições para que o sistema, um complexo que nasce a partir desse setor, ali, sim, se estabeleça a agregação de valor, empregos, renda e as justas tributações.

Da mesma forma, a desvalorização do peso perante o dólar nada mais será do que uma droga alucinógena, um ópio, um falso anestésico, que sim aumenta os pesos convertidos, porém a tecnologia, os insumos, os custos para as próximas safras continuarão num patamar das leis internacionais, a preço dólar.

A Argentina vem de uma crise climática também e seus produtores rurais estão agora num momento crítico para decidir os próximos passos.

Na minha visão os preços das commodities irão subir na sequência da safra 2023/24.

E vai aqui a moral da história. Agronegócio, Agronegócio, mas cuidado, governos  não devem fazer muita parte, guardadas as boas exceções que devemos sempre agradecer e guardar.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Estou no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), onde tem muitos eventos importantes, mas tem um em particular que me chamou a atenção. Eu conversei com a Mariana Aragão, pesquisadora da Embrapa, que representa o Brasil no World Farmers’ Organisation, uma organização mundial de agricultores que praticamente aqui no Brasil nós desconhecemos.
Aloizio Mercadante, novo presidente do BNDES, declarou: “O Brasil não pode ser só a fazenda do mundo”, e que será mais atuante na indústria, e que o Brasil não pode ser somente um exportador de commodities agrícolas”.
João Martins obteve uma vitória exemplar como líder representante das produtoras e produtores agropecuários do Brasil. A CNA representa quase 2 mil sindicatos rurais patronais de todo território nacional e 27 federações estaduais que, reunidas através de seus presidentes em Brasília no último dia 14, o recolocaram no cargo para o quadriênio 2021/25.
Política global energética. Combate à fome e empreendedorismo planetário. Acompanhamento permanente do Renovabio. Acuracidade das informações transformadas em comunicação. Intensificação da pesquisa local para cada microbioma. R$ 53 bilhões em crédito de carbono. De fornecedores de cana para “vendedores”- comunicar protagonismo ambiental e da saúde. 
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite