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José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - “Agro está muito mais no Carnaval do que percebemos”, explica Tirso Meirelles da Faesp

Publicado em 14/02/2025

Divulgação
Tirso de Sales Meirelles, presidente da Faesp/Senar

Vamos começar a ver os tambores e baterias das escolas de samba e falar sobre o Carnaval, além de eventos envolvendo o agronegócio com o Tirso de Sales Meirelles, presidente da Faesp/Senar, e do que está acontecendo de envolvimento do agro paulista com o Carnaval.

“Futebol e Carnaval no Brasil, todo brasileiro tem no seu sangue uma energia tremenda. O Carnaval é algo extraordinário. Desde pequeno eu gosto de Carnaval, é incrível. Mas há mais ou menos 17 anos a escola Tucuruvi procurou o Dr. Fábio Meirelles para falar da história dele e do agro que se confundem. Ele gostou muito da ideia e nós tivemos um samba-enredo que falava da agricultura, do homem do campo, e do Dr. Fábio como nosso presidente emérito saiu na escola de samba, três vezes inclusive, naqueles carros grandes e coisa toda e a partir daí surgiu um movimento muito grande, trabalhando as cooperativas, para que nós utilizássemos o material reciclado. Todas as penas, todos os produtos que você utiliza nas fantasias não poderia ser mais de animais mortos e, sim, de animais vivos, que tem a sua reciclagem natural. Então nessas cooperativas nós conseguimos utilizar as penas de aves e que não tinha nenhum prejuízo nem da saúde animal e preservava a saúde animal no processo como um todo. Então grande parte das escolas de samba começaram a adotar esse processo, ajudou muito a cadeia produtiva, de quem realmente produz avestruz, peru, aves em geral e que você tem a utilização das penas para fazer as fantasias. Então foi um sucesso tremendo e falamos sobre agricultura. Então o brasileiro é empreendedor e todo esse processo de empreendedorismo entrou na escola de samba e até hoje, por exemplo, o nosso presidente mérito, Dr. Fábio, é presidente da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi e criou essa irmandade, e aí outras entidades entraram como a Fiesp, a Fecomercio, e outras associações entraram dando apoio legítimo para que você possa levar a imagem do seu produto para o mundo. Esse é um ponto muito importante para o agro”.

O Carnaval paulista é movido a sustentabilidade, a fantasia, a produção da seda que é sustentável, é fantástico, e aproveitando que Carnaval é show e o Brasil faz um espetáculo sensacional, nos desfiles, e perguntei ao presidente da Faesp quais os eventos importantes que serão comemorados no Estado de São Paulo pela entidade em 2025 e ele nos disse:

“Um fato interessante é que acabou o Carnaval já se está pensando no outro Carnaval. Então esse ano nós programamos Agrishow, um sucesso, nós levamos lá cerca de 15 mil pessoas que vão conhecer o processo e essa 15 mil pessoas tem de ter feito algum curso do Senar. Não é simplesmente uma pessoa que vai passear, tem de estar interligado ao sistema para que possa conhecer a evolução das coisas. Temos a Agtech, que é fantástica, é pequeno e médio produtor que vai conhecer toda a produção. Também temos as festas que nós vamos em Mogi das Cruzes, onde conta a história da vida dos japoneses e a luta de trabalho em conjunto com cooperativas entre eles mesmos, é algo extraordinário. Enfim, nós fizemos algo muito bacana que foi escolher algumas férias de outros estados para que nós possamos também levar esses produtores para conhecer por exemplo a feira que tem da Copamar lá no Paraná para ver todo um processo de evolução que eles fazem e também estamos fazendo grupos de que têm, por exemplo, uma aptidão naquele processo como por exemplo fazer queijo. Então levamos um grupo de pessoas da Serra da Canastra para conhecer a evolução. Quando eles começaram a fazer o queijo, na Serra da Canastra se vendia a R$ 10. Hoje se vende por R$ 150, R$ 170 a unidade. Então é aquilo que a gente fala, é um produto gourmet, um produto acabado, com rastreabilidade, com sustentabilidade, um processo como um todo. Então com todas essas evoluções nós estamos também renovando a importância de voltar às feiras agropecuárias. Então até o ano passado não tinha voltado a Festa do Leite de Batatais, a maior festa do leite brasileiro e voltou. E como você faz para voltar a festa? Nós temos dois pontos importantes: 1, o dia de campo e nós estamos ajudando a fazer o dia de campo, que é um processo onde você leva máquinas, equipamentos, inteligência artificial e levamos a cadeia produtiva. Então você vai criando a musculatura até virar uma feira. Então isso nós estamos conseguindo fazer no interior e voltar aquelas feiras tradicionais que nós tínhamos, de gado e de todos os setores da nossa cadeia produtiva. Esses eventos são muito importantes para que se possa dar emprego e renda na atividade. E estamos fazendo um trabalho muito interessante com o Roberto de Lucena, que é o secretário de Turismo, onde nós vamos estar desenvolvendo todo o turismo rural. E o turismo rural vai ser da mesma forme, não é simplesmente grande propriedade, são pequenas propriedades que se juntarão. Uma vai ficar responsável pela gastronomia, outra vai ficar responsável pelo artesanato, outro pela piscicultura, outro hipismo, cavalgada, cada um fica responsável fortalecendo todo o processo produtivo daquela região que é vocação daquela região. E hoje as pessoas não querem viajar longe, as pessoas querem pegar sua família, seu carro com segurança e ir em um lugar a 100 km, 200 km, conhecer a natureza e aproveitar a beleza que nós temos aqui. Então esse trabalho será muito forte em 2025 para que possamos consolidar o processo produtivo e a vocação que nós temos em nosso estado. São lugares maravilhosos que temos, de caverna, de esporte radical, de gastronomia, a rota do vinho, a rota do café, de azeite. Nós temos coisas fantásticas e precisamos fortalecer esses processos produtivos no Estado de São Paulo”.

Como sou santista perguntei ao Tirso se vai ter uma rota para Santos, com o porto, a estrada de ferro, e ele me respondeu:

“Sem dúvida, nós estamos quase abrindo esse ano um sindicato lá para os pescadores, para que nós possamos incentivar aquele trabalho empreendedores deles e possamos dar renda a eles. Existe uma comunidade em São Vicente e nós fomos levar para a comunidade indígena curso de empreendedorismo. Eles ficaram todos em dúvida, o que eles estão querendo, nos ensinar o quê? E foi fantástico, eles aprenderam o curso de empreendedorismo e eles conseguiram fazer a comercialização do que eles fazem. Hoje estão ganhando dinheiro com qualidade em seus produtos. O brasileiro tem realmente um time diferente do mundo, porque além de ser preocupado com o seu parceiro, ele quer o bem de todos para que possamos ter uma vida melhor”.

Ótimos eventos e, sem dúvida, quando aprendemos que além de produzir tem de vender, parece que tudo melhora.

E Tirso acrescenta que: “Não podemos nos esquecer que nós temos o Congresso das Mulheres, semeadura do agro. Ano passado nós levamos prevenção do câncer de mama, hoje nós estamos levando do útero e da pele. Então é um trabalho magnífico. Ano passado nós movimentamos 30 mil mulheres nesse processo e tenho certeza que nesse ano chegará a 50 mil mulheres e faremos o encontro esse ano com 5 mil mulheres criadoras do agro. Mas o Congresso das Mulheres elas vão estar lá dando todo o apoio”.

O Congresso Nacional das Mulheres do Agro será em outubro desse ano.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

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