CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Andressa Silva, diretora executiva da Abiarroz, avalia os impactos da tragédia no abastecimento do arroz.

Publicado em 08/05/2024

Divulgação
Associação Brasileira da Indústria do Arroz

O Rio Grande do Sul significa cerca de 70% da produção de arroz no Brasil. A Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) conversou conosco através da sua diretora executiva Andressa Silva. Há uma perspectiva de não haver desabastecimento, porém aspectos da logística e mesmo melhores dados sobre o arroz já colhido em silos que podem estar sob inundações são necessários para uma maior certeza da situação. O preço da saca de 60 kg no campo ontem estava a R$ 107,00. Os próximos dias irão evidenciar como ficarão os preços no mercado interno.

Vamos ouvir a entrevista completa com a Andressa Silva, da Abiarroz, que reúne todo setor industrial deste produto da cesta básica nacional.

“A Abiarroz é a entidade que congrega as indústrias e cooperativas de beneficiamento de arroz nacionalmente. Eu gostaria de compartilhar com vocês a visão da indústria do arroz acerca do impacto das fortes chuvas que assolaram o estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias. A estimativa nacional de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, para a safra 2023/2024 era cerca de 10 milhões e 500 mil toneladas, sendo que o estado do Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, responsável por cerca de 70% de todo o arroz produzido, tinha uma estimativa de cerca de 7 milhões e 500 mil toneladas do produto. Até o momento pouco mais de 80% da safra de arroz havia sido colhida, restando cerca de 20%, percentual esse bastante concentrado na região central do estado, onde ainda falta cerca de 40% a ser colhido. Nem todo esse percentual de 20% a ser colhido está comprometido, mas nós temos relatos de silos de arroz que estão inundados, debaixo d’água, e é uma perda ainda incalculável. Então dessa perspectiva de 10 milhões e 500 mil toneladas de arroz para a safra 2023/2024, nós acreditamos que vai se aproximar mais no número de 10 milhões de toneladas, que é o mesmo volume produzido no ano passado, no ano de 2023, em que o abastecimento ocorreu sem maiores intercorrências. A indústria tem uma preocupação com a logística, principalmente no interior dos municípios e não temos ainda como mensurar o impacto no deslocamento do arroz das áreas produtoras para as áreas consumidoras. E uma outra preocupação é de um eventual movimento especulativo de preço, por parte do produtor, então da necessidade de se assegurar oferta regular do arroz para a indústria para viabilizar o abastecimento. Então a indústria tem feito um movimento de importar o arroz da Tailândia para assegurar essa regularidade na oferta do produto de forma que a gente não tenha nenhuma contingência e nenhuma solução de continuidade no abastecimento que não decorrente da logística que ainda não conseguimos apurar qual vai ser o impacto”, disse Andressa Silva

A evidência clara e óbvia da necessidade do planejamento estratégico com uma política do agronegócio nacional para as cadeias produtivas essenciais na segurança alimentar brasileira se faz óbvia. A conversão de 40 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas no país em cultivos sustentáveis agroambientais com florestas plantadas se faz urgente doravante.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Conversei com Hélio Mattar, presidente da Ong Akatu, em uma apresentação excelente sobre governança da sustentabilidade, onde falamos sobre a importância de realizarmos para o agronegócio uma governança da governança.
O IBGE registrou que a indústria de transformação do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2022, porém o setor de alimentos e bebidas superou, crescendo 6,8% em vendas no mesmo período, quase 5 vezes mais.
Conversei com Marcello Brito (ex-presidente Abag, coordenador agro da Fundação Dom Cabral) que está assumindo, a convite do governador do Pará Helder Barbalho, a presidência do Consórcio para o Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Legal. A COP - Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas está sendo desenhada no Brasil em 2025. Será a COP Paris + 10 que deverá redesenhar as ações e agendas de combate às mudanças climáticas para a década de 2025 a 2035.
Falo diretamente da Expodireto Cotrijal. Mais uma grande feira de tecnologia neste ano que promete superar dificuldades e bater recorde de público e negócios. O agronegócio superando! Conversei com Nei Manica, presidente da cooperativa Cotrijal e da Expodireto.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite