CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Aquecimento na Europa é duas vezes mais veloz do que a média global. COP-30 no Brasil em 2025 será vital para o clima e a segurança alimentar mundial.

Publicado em 24/04/2024

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A empresa de espumante da Catalunha, Espanha, Freixenet, suspendeu 80% de seus funcionários com falta de uva e seca.

A Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas e o Copernicus, da União Europeia, divulgaram alertas voltados à saúde, economia e as geleiras. O estudo aponta para uma temperatura europeia atual 2,3 graus centígrados maior do que no período pré-industrial, enquanto no mundo o crescimento da temperatura foi de 1,3 graus centígrados.  Esse relatório estabelece um alerta vermelho, de que o mundo não tem feito o que precisaria ser feito para a luta anti-aquecimento planetário.

Os impactos na agricultura podem ser sentidos, numa área que na soma dos países europeus representa uma das cinco maiores produções de alimentos do mundo. Um exemplo agora a empresa de espumante da Catalunha, Espanha, Freixenet, suspendeu 80% de seus funcionários com falta de uva e seca.

O tema ambiental passa a exigir uma harmonia de visões e um programa conjunto, onde ao invés de afastar acordos estratégicos importantes para a economia, meio ambiente e segurança alimentar, como União Europeia e Mercosul, precisaríamos conciliar as visões, pois a agricultura de clima temperado trouxe o mundo até aqui, mas doravante o mundo precisará da agricultura do ambiente tropical.

Estamos próximos da COP-30 sobre mudanças climáticas que será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará, com uma expectativa de mais de 40 mil visitantes.

Fica evidente de que não existirão saídas independentes para as graves questões ambientais, alimentares e energéticas do planeta que ficou pequeno para uma população que irá superar 9 bilhões de humanos nos próximos 20 anos, e ainda com a determinação de resolver os ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis da ONU, onde somente os três primeiros são desafios que exigem olhar o mundo como um só: eliminar a pobreza, a fome e dar acesso a saúde a todos.

Alunos meus no Master na França da área da champagne já me registram que o aquecimento na região é um desafio que preocupa a todos os produtores dessa denominação geográfica e originação, como a famosa champagne.

O programa brasileiro de conversão de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em cultivos modernos sustentáveis significa mitigar emissão de carbono imediatamente nessa área, plantar árvores, e oferecer ao mundo segurança alimentar, energética e, sem dúvida, atuar na gestão das mudanças climáticas.

Não vai ter jeito, um dia o mundo será como John Lennon imaginou e como o criador do conceito de agronegócio, Prof. Ray Goldberg, nos apontou: precisamos unir o mundo e o sistema alimentar e isso cedo ou tarde irá realizar.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

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