Eldorado/Estadão: Brasil campeão dentro da porteira, mas apanhamos do lado de fora: iniciativa privada em Santos está convidada.
Publicado em 13/01/2025
DivulgaçãoEstou hoje no porto mais espetacular do agro do planeta, até porque eu sou santista, que é o porto de Santos e conversei com o Eduardo Lustoza, engenheiro e diretor da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Estruturas de Santos e ex-diretor da autoridade portuária. E temos um aspecto importantíssimo para olhar é que o agro brasileiro vai dobrar de tamanho em 10/12 anos, cresce muito mas as estruturas logísticas não na mesma dimensão.
E Eduardo Lustoza, que tem uma vida dedicada no porto de Santos, tem um projeto extraordinário de uma plataforma logística e que é fundamental olharmos isso. Então perguntei a ele quais os principais pontos que temos que olhar em relação ao porto de Santos e ele me respondeu:
“O principal no porto é alinhar a expansão que nós temos no agroindustrial com a infraestrutura portuária e a infraestrutura viária. Então o que nós criamos aqui, uma plataforma que tem muita vocação, ela praticamente, 60%, está vocacionada a atender o agro brasileiro. Aqui nós até falamos que o agro crescer 20% ao ano, o porto cresce 10%. Lógico que o fluxo de cargas com esses índices mostra uma rota de colisão. Vai chegar o momento em que o agro não vai poder usar mais o comércio internacional, ele bateu o teto, o limite, e nós precisamos olhar isso como um aspecto mais estratégico, ou seja, o agro precisa olhar as plataformas logísticas e portuárias.”
Questionei então ao Eduardo Lustoza se a plataforma está em fase de apresentação para atrair investidores, companhias e corporações e ele me disse que: “Exatamente, essa plataforma foi criada para atender todos os setores do comércio internacional, até porque tem um milhão de metros quadrados, dificilmente vai interessar a um único setor. Então nós estamos ali incentivando empresas, principalmente os setores que dependem da ferrovia. Ferrovia é muito importante, nós temos uma base ferroviária dentro desse complexo logístico e nesse sentido ele interessa para todos os setores. Quem tiver interesse em investir e de ter a garantia de sua importação e sua exportação é como se fosse um condomínio essa plataforma. Nós queremos atender a todos que precisam e não querem ficar dependentes da estrutura que hoje já está saturada. E infraestrutura saturada significa maior custo, e repassar custo hoje é muito indesejado.”
Isso significa que também é preciso começar a olhar o aspecto da sustentabilidade. Eu vejo os americanos se posicionando no mundo como, por exemplo, a soja mais sustentável do planeta e quando você vai ver as contas lá essa soma sustentável não está na competição agrícola, está na competição da logística. Eduardo Lustoza acrescenteu: “está no intermodalismo. E ali nós somos muito fortes. Você, Tejon, lembrou bem, nós temos a ferrovia e a rodovia trabalhando juntas cada uma tem um potencial, a rodovia para curtas distâncias e a ferrovia para longas distâncias, e a hidrovia fazendo o comércio internacional e a cabotagem, a grande cabotagem aqui mesmo com a América do Sul, e isso traz um diferencial para a nossa plataforma. E o que nós pretendemos é convidar diversos setores do agro a ter sua própria estrutura e não ficar dependente 100% das estruturas que já estão saturadas”.
Após uma vida dedicada de conhecimentos do porto, perguntei ao engenheiro Eduardo Lustoza como podemos fazer os contatos com a plataforma e com quem e ele me respondeu:
“Essa plataforma é direto com a Elus Engenharia e com a GTECH ou pelo meu telefone (13) 98181-1458 e fico à disposição para quem tiver necessidade e quiser mais informações. Eu acho que é uma grande oportunidade de ajudar o país e se proteger das limitações de logística no nosso país.”
Muito bem, importantíssima a logística e o porto de Santos, que é um dos maiores portos do agro do planeta Terra e que está exigindo um olhar empresarial e estratégico, eu diria, acima das facções e interesses políticos e partidários.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.