CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - O Brasil pode dobrar o agro de tamanho com uso eficaz das tecnologias e poupando muito

Publicado em 29/10/2021

Divulgação
Grãos

O que pode ser feito e será feito no agro, nos próximos 10 anos? Eu falava do “se”, uma conjunção subordinativa… “Se” fizéssemos o certo ao invés do errado, resolveríamos metade dos problemas do mundo, etc, mas além do “se”, o que pode e será feito?

Pedi ao brilhante professor e dr. Elmar Floss, de Passo Fundo, uma visão sobre como estávamos na soja em 1991, e como chegamos em 2021. 30 anos após. O prof. Elmar recém lançou um livro espetacular com o título “Maximizando o rendimento da soja -  ecofisiologia, nutrição e manejo”.

Os números são reveladores de inegáveis progressos na adoção de tecnologia moderna no campo, mas ainda reveladores de que podemos muito mais. Em 1990/91 a soja ocupava uma área de 11.487.300 hectares e produzíamos 19.897.800 toneladas de soja. A produtividade nacional naquele período era de 1.732 quilos por hectare. Equivalente a 28,8 sacas de 60 kg de soja.

Passados 30 anos, 2020/21, o Brasil é hoje o campeão mundial da soja, produzindo 137.321.400 toneladas, quase 138 milhões de toneladas. Em uma área acima de 39 milhões de hectares. 30 anos atrás produzíamos quase 20 milhões de toneladas, ou seja, crescemos 590% a produção, enquanto a área plantada aumentou em 238,9%.

Se continuássemos com a mesma produtividade de 1991 seria necessário o dobro de terras do que usamos hoje para produzir essa tonelagem. A produtividade média do país passou de 28,8 sacas por hectare para 58,8 sacas, cresceu 104%.

Mas aí está o que nos chama a atenção. Os melhores produtores, os concursos de produtividade como do Cesb Comitê Estratégico da Soja, revelam ser possível colher o dobro da atual média brasileira: 117 a 120 sacas de 60 kg de soja por hectare.

A assistência técnica, o uso racional das tecnologias incluindo o manejo do solo, a fertilização, os bioinsumos, as boas práticas conservacionistas são reveladas nos melhores produtores rurais. Médias de 80, 90, 100 sacas por hectare, e potencial para superar 120 sacas de 60 kg por hectare. Significaria dizer, poderíamos plantar e colher e sermos campeões mundiais da soja em metade da área que usamos hoje, que significa quase 39 milhões de hectares.

Sim, economizamos 40 milhões, mas poderia ser 60 milhões. Fica aí revelado o potencial e como será definitivamente o futuro da agropecuária no mundo, uma agromontadora de sustentabilidade intensiva. Menos terra com muito mais produção e qualidade nutritiva em cada grão.

Essa é a grande revolução verde agroambiental dos próximos 10 anos. Nem “se”, nem “poderia”, é o que será feito.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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Falo de um assunto importantíssimo que é o Fundo de Impacto voltado ao agronegócio. Significa investimentos, busca de investimentos onde alimentos, energia, com o meio ambiente estejam ali conectados. E isso voltado ao grande patrimônio brasileiro de áreas já abertas, degradadas, onde nós podemos dobrar de tamanho sem cortar uma árvore sequer.
Entrevistei Paulo Rabello de Castro que foi presidente do IBGE, considerado o economista do ano e um conhecedor profundo do agronegócio,  que comenta de forma positiva a reforma tributária para o agro, e diz que há muita coisa para ser feita ainda após o texto ser aprovado ainda pelo Senado.
Hoje é o Dia Nacional da Distribuição de Insumos Agropecuários. É o dia em que se comemora o excelente trabalho realizado pela rede de revendas da distribuição de um setor que leva tecnologia, educação, dias de campo, treinamento. É um setor privado vinculado à ciência, à tecnologia, e que faz um excelente trabalho para o agronegócio brasileiro. Então neste dia a ANDAV vai celebrar e eu convidei o Paulo Tibúrcio, que é o presidente executivo da associação, para deixar uma mensagem em comemoração a este dia.
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