CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Planejamento, metas e visão sistêmica, a opinião de Joe Valle, membro da transição agrogovernamental

Publicado em 28/11/2022

Joe Valle é engenheiro florestal, foi presidente da Associação de Agricultura Ecológica, da Federação de Agricultura do Distrito Federal, líder político e administra a maior fazenda de orgânicos do país, Malunga.

Entrevistei Joe Valle, na sequência de ouvir opiniões e vozes dos membros do atual grupo de transição do agronegócio. “Tirar a sustentabilidade da lateralidade e a colocar no centro das mesas de decisões do agro” é um dos seus pontos fundamentais. Vamos ouvir Joe Valle:

“Nós temos trabalho aqui para tirar a sustentabilidade da lateralidade e colocar na centralidade, na mesa do Ministério, como uma coisa importante para que a gente possa ter essa condição colocada na produção de alimentos aqui no Brasil e os alimentos que nós enviamos para o exterior. Outra coisa é unir as pessoas novamente com o objetivo comum. Nosso objetivo efetivo é produção de alimento de qualidade para os brasileiros e para o mundo, com segurança alimentar. Precisamos dessa visão sistêmica de tudo o Governo. Precisamos trabalhar um ministério que faça parte de um Governo que seja um Governo que vai atender as solicitações das pessoas. Então essa é a lógica de trabalho. O Ministério com visão sistêmica, com planejamento de curto, médio e longo prazo, com a visão do alimento seguro, do alimento de qualidade para todos os brasileiros e para o mundo, com a sustentabilidade como a centralidade de nosso trabalho”.

Na conversa que mantive com Joe, membro da equipe de transição agrogovernamental, ele considera também essencial que tenhamos muito menos divisões entre ministérios, e não concorda, como eu também, com a proposta divisão do Ministério da Agricultura em três, pesca, desenvolvimento agrário e agricultura.

Ao contrário Joe tem uma visão interessante de que deveríamos ter três grandes eixos, centros para unificar planejamentos, metas comuns e governar de fato sistemicamente, ele fala de um Ministério de Saúde e Alimentação; outro da economia com todas as suas secretarias envolvidas e um terceiro social, para cuidar dos grandes avanços necessários da população.

Um governo ineficaz esperando um setor produtivo hiper eficaz é uma utopia que atrasa o país. Unir o país é um procedimento vital, pois divididos como estamos não haverá ganhador, seremos todos perdedores.

Joe Valle, nascido em Caicó, Rio Grande do Norte, foi da Emater que já foi secretário de Ciência e Tecnologia e Inovações para inclusão social do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovações, afirma: “precisamos de objetivos, um norte, crescer, metas caso contrário só falamos de cortes, cortes, cortes. Cooperativismo é muito importante e está na hora do bom senso, incluindo a adoção fortíssima dos bioinsumos.

Dobrar o agro de tamanho com sustentabilidade, que os membros da transição agro governamental sinalizem essa jornada e que possamos concluir que não haverá governo mal sucedido se aprender a deixar de ser multidividido.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

Um Comitê Interministerial foi criado para elaborar diretrizes, ações e metas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). São 40 milhões de hectares de áreas já abertas com baixíssima produtividade identificada pelos sistemas de inteligência do Ministério da Agricultura e da Embrapa.
Seja quem for o novo governo, agronegócio precisa da reunião da sociedade civil organizada, um plano para dobrar de tamanho o PIB do agro nesta década!
Sem diálogo entre os elos das cadeias produtivas não temos a gestão do agronegócio. Os agricultores são o elo vital para o sistema do agronegócio funcionar. Porém, são milhões e de um lado são os clientes dos insumos e da mecanização, onde a ciência e a tecnologia é realizada  por corporações com elevado investimento de capital contadas em algumas centenas de empresas. E por outro lado são vendedores da sua produção para tradings, agroindústrias, supermercados que agregam valor, com distribuição e presença mundial, também contadas em algumas centenas de marcas.
O protagonismo das mulheres no agro é crescente e muito importante. No CNMA - Congresso Nacional das Mulheres do Agronegocio o convívio com mais de 7500 participantes ao longo dos últimos anos revela virtudes significativas na competência da gestão do agro cuja contribuição feminina é decisiva para esta década. O CNMA 2022 trará como fundamento a coordenação das cadeias produtivas como fator crítico de sucesso, ou seja, precisamos ir além das fronteiras das fazendas, dialogar e criar governança desde o “gene até o meme“. Traduzindo, da genética até as percepções dos
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite