CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Até quando dura uma hipnose coletiva?

Publicado em 28/06/2021

Hipnose coletiva

Tenho um amigo hipnólogo, excelente, o Rafael Baltresca. E sempre que posso e ele também, eu o convido para um encerramento de minhas aulas de marketing em instituições de elevada reputação.

Ali eu procuro evidenciar e provar que nossas percepções são traiçoeiras. Que vivemos muito mais decidindo nossas vidas através do que nossos filtros mentais comandam. Podemos acreditar com todas as nossas forças e ótimas intenções estarmos comandando nossos destinos e seguindo a legítima verdade, quando ao contrário entramos num universo paralelo criando falsas realidades. Dessa forma o reino das percepções serve tanto ao bem quanto ao mal.

Mas é incrível no exercício com o Baltresca e meus alunos, os quais já os conheço de antes, ver alguns ótimos analistas, excelentes gestores, tem doutores com fundamentos científicos e racionais, observar ao vivo alguns deles, dançando uma música de Sidney Magal, a “Sandra Rosa Madalena“, com engajamento total como se num palco sob spotlights de glamour e sedução estivesse. E sob o estalar de dedos do amigo hipnólogo, parar e voltar a se sentar.

O grupo dos hipnotizados são escolhidos dentre todos os alunos da classe, onde então assistimos e compreendemos a possibilidade de um grupo vendo a realidade sob o comando do hipnotizador, e o outro, hipnotizados vivenciando as ordens hipnotizantes como sendo a mais pura realidade. Por exemplo não conseguindo se levantar da cadeira, ou então sentindo uma insuportável coceira. O hipnotizador brilhante sabe dentre o auditório quem é hipnotizável, versus quem não será.

E ao final, com uma mensagem de paz, felicidade e amor, tudo volta ao normal. E quando os que assistiram contam o que eles fizeram, eles não acreditam!

Tudo isto para que? A propaganda. O foco. E como um dia escreveu o brilhante publicitário Olivetto: “você pode dizer um monte de mentiras dizendo só a verdade“; temos da mesma forma a hipnose coletiva. Pessoas conduzidas para crenças fortíssimas a partir da repetição manipuladora de seus desejos inconscientes com a falsa promessa de fortuna, fama e felicidade a partir do extermínio de alguém ou de algo.

Incluir nisso a guerra anti corrupção como promessa de eleição, e os hipnotizadores de massas se repetem: do “varre vassourinha“ do Jânio Quadros, do acabar com a corrupção de 1964, do “pega marajá“ de Collor até os dias contemporâneos, com “salvadores da pátria fake“. Está na hora de desligar a hipnose das massas, afinal, podemos enganar alguns todo tempo, muitos por algum tempo, mas não podemos enganar todos por muito tempo.

Vamos encurtar urgentemente o tempo que uma hipnose coletiva possa durar. Beijo na realidade urgente e para ajudar, recomendo o livro: “Factfulness - o hábito libertador de só ter opiniões baseadas em fatos”, de Hans Rosling - Ed. Record. Parabéns a arte da hipnose séria e ética do amigo Baltresca, uma excelente aula sobre os poderes e cuidados com as nossas mentes, como indivíduo e coletivamente.

José Luiz Tejon

 

Também pode interessar

Conversei com o criador do conceito de agronegócio na Universidade de Harvard nos anos 50, prof. Ray Goldberg, e pedi a ele qual o grande conselho que daria para o agro dos próximos 30 anos? E ele foi muito objetivo e claro: "precisamos reunir, unir o mundo numa grande luta contra as divisões e as polarizações. E nesse sentido o sistema alimentar é o único que tem dentro de si essa real possibilidade".
Com abertura do ministro Marcos Montes, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e moderação de Sérgio Zen, diretor executivo de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento apresentou as perspectivas da próxima safra 2022/23.
Reunidos na Casa Lide, um novo hub de networking de líderes empresariais, ocorreu nesta semana a primeira reunião de líderes do agronegócio, sob a coordenação e curadoria de Chiquinho Maturro que passou a presidir essa iniciativa de orquestração das cadeias produtivas do agro a partir da iniciativa privada com a sociedade civil organizada.
No Estadão desta terça-feira (11) matéria de capa trata o quanto o agronegócio brasileiro e, principalmente, do Centro Oeste está atraindo os olhares do mundo financeiro. Mas vale registrarmos aqui o quanto precisamos de atração de capitais e investidores para o futuro do agro nacional que deverá dobrar de tamanho até 2035.
© 2024 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite