Eldorado/Estadão - CEO Orplana explica causa dos incêndios além da mudança climática: causas humanas!
Publicado em 26/08/2024
Divulgação OrplanaEntrevistei o CEO da Organização das Associações dos Plantadores de Cana (Orplana), José Guilherme Nogueira, sobre a tragédia dos incêndios ocorridos e ele nos disse:
“Vamos falar da posição das queimadas e, obviamente com o foco voltado para o produtor rural de cana de açúcar. No sábado, dia 24, nós tivemos cerca de 300 queimadas, um pouco mais, e no dia 23 quase duas mil queimadas, 1.860 queimadas aproximadamente. Então é um volume histórico para essa época e isso, obviamente tem nos alarmado bastante. E aí, é claro, que não dá para falarmos que é uma coisa ou outra. Eu acho que são vários fatores difíceis de controlar, tem acontecido, mas obviamente que esses incêndios ultimamente têm sido intensos, frequentes, e por razões inter-relacionais, desde mudanças climáticas, vimos que no sábado e na sexta-feira o vento forte fez com que esse fogo se alastrasse rapidamente, com regiões no Estado de São Paulo com mais de 120, 130 dias sem chover, com uma umidade relativa muito baixa, isso faz com que esteja em condições obviamente e pegar o fogo. Claro que as atividades humanas não podem ser descartadas. Então ainda percebemos muito gente jogando bituca de cigarro em beira de estrada, colocando fogo para fazer limpeza em alguns locais próximos a rodovias, próximos as cidades, isso é inadmissível, isso é crime inclusive. Nós como representantes dos produtores de cana temos soltado vários comunicados via ABAG de Ribeirão Preto, via a própria Orplana, via o Protocolo Etanol Mais Verde que é uma assinatura, um compromisso dos produtores rurais e das usinas para que não seja feita nenhuma queimada, não tenha nenhum efeito contra a fauna, floral, e obviamente contra as matas ciliares e contra as APPS. Então em nossas atividades humanas nós precisamos ficar muito atentos quanto a isso. Claro que práticas de uso de solo isso já é comumente utilizada pelos produtores através da limpeza dos aceros, fazer aceros de 6 metros, fazer aceros grandes e isso para o produtor é muito corriqueiro, mas em uma situação dessa é muito difícil. Nós chegamos a incríveis números de sábado mais de 59 mil hectares queimados. Na sexta-feira nós ainda estamos levando os números porque é difícil de acabar mensurando e aí obviamente que nós tendo mais informações nós vamos repassar para vocês. Infelizmente estamos em um momento bem complicado, as mudanças climáticas têm atingido o Brasil e o mundo, não somente o Brasil”, finalizou Nogueira.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.