CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Compramos muito mais do que vendemos para a Rússia, então boas vendas Presidente!

Publicado em 16/02/2022

TCA
Brasil e Rússia

A notícia da hora é a presença do presidente do Brasil na Rússia com o presidente da Rússia cuja proposta é comércio, negócios, correto?

Somos fregueses dos russos, em 2021 vendemos apenas US$ 1,7 bilhão, ou seja, a Rússia significou apenas 0,6% das nossas exportações, abaixo obviamente da China com quase US$ 90 bilhões. Estados Unidos com mais de US$ 31 bilhões, mas os russos que já foram grandes clientes nossos de carne suína, por exemplo, buscaram autossuficiência, e hoje compram menos do que a Malásia, o Vietnã e o Irã que comprou US$ 1,9 bilhão em 2021.

Então viramos fregueses dos russos comprando US$ 5,6 bilhões, e dentro deste volume de importações que fazemos, US$ 3,5 bilhões, em torno de 60% são fertilizantes.

Nosso agronegócio é dependente da importação de fertilizantes, e neste sentido a Rússia é importante fornecedor, nós somos os fregueses. Então as oportunidades de vendas para o presidente do Brasil, segundo especialistas nas relações Rússia-Brasil, apontam para uma meta de US$ 9 bilhões, bem acima da atual US$ 1,7 bilhão.

Empresários acompanham a comitiva brasileira, e que essa viagem num momento de conflito com a Ucrânia, considerada celeiro do mundo com suas planícies e terras férteis, possa virar vendas. Sobre a Ucrânia, com quem temos da mesma forma um pequeno comércio bilateral, onde café torrado, amendoins, e tabaco são nossos principais itens exportados, com um superávit positivo registrado em 2020, quem sabe uma passadinha na Ucrânia também não traria mais negócios, um país com ótimas relações diplomáticas conosco.

Para a Rússia exportamos soja, frango, carnes, café, açúcar, tabaco e amendoins. Viva o amendoim brasileiro. Portanto, que o presidente Bolsonaro traga pedidos, vendas, muitas vendas, e acordos garantidos de suprimento de fertilizantes. O tônus agressivo pode ser muito útil para um bom vendedor. Vamos avaliar se essa característica humana tão presente nos discursos políticos do presidente, o torna também num efetivo hard sell? Vendedor mesmo, para valer.

E viva o poeta português Camões que escreveu: “quem faz o comércio não faz a guerra”, sem esquecer que os Estados Unidos e Europa, depois da China, são os nossos maiores clientes. Viva o comércio! Boas vendas, brasileiros na Rússia!

José Luiz Tejon para Rádio Eldorado/Estadão.

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