CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Consumo per capita do peixe, na minha opinião, multiplicará por 3 vezes nesta década!

Publicado em 21/01/2022

TCA
Proteína peixe

Nosso ouvinte Mauro Tadashi Nakata, da cidade de Fartura em São Paulo, nos pediu que comentássemos também o crescimento da proteína do peixe no Brasil, depois da última quarta-feira onde falamos do ovo, da cachaça, do vinho, das frutas e demais itens bem sucedidos em 2021. O Mauro é também vice-presidente do Conselho de Administração da Peixe BR, Associação Brasileira de Piscicultura.

E os dados da proteína dos pescados é outro exemplo de sucesso e de extraordinárias perspectivas para a década. Em 2021, exportamos quase US$ 21 milhões, e isso foi um aumento de 78% sobre 2020. Em volume, toneladas, crescemos 49%. Quase 10 milhões de toneladas.

Grande sucesso nas exportações foram os files congelados, com 573%. E qual o peixe mais vendido? A tilápia, chamado também de frango aquático pela produtividade e aceitação do mercado. A tilápia significou 88% do total exportado pelo Brasil. Principais clientes dos pescados nacionais? Estados Unidos com 64%, Colômbia (9%) e China (8%). E aqui no Brasil quais são as regiões que mais estão exportando pescados? Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia.

E no pescado precisamos atingir o superávit na balança comercial, pois ainda temos um déficit de US$ 707 milhões em função das importações do salmão, cujo impacto foi o valor do preço em dólar, pois não ocorreu crescimento no volume. Desde a criação da Peixe Br, em 2015, a piscicultura brasileira cresceu acima de 10% ao ano.

E vale destacar aqui a importância do cooperativismo do oeste do Paraná que enxergaram o potencial da atividade e já estão atraindo novos players. O pioneirismo, destaca a Peixe Br, foi da Copacol e Cvale. E agora o próprio sistema Aurora Alimentos incluiu pescado na sua linha de produtos e marketing. O consumo per capita no total dos pescados está na casa dos 9,5 kg/habitante/ ano.

Eu estimo, essa é minha estimativa, que multiplicaremos por três esse consumo per capita no Brasil até 2030. Deverá ser a proteína com o maior crescimento dentre todas. Nas nossas pesquisas junto aos consumidores, o pescado conta com um atributo espontâneo na “cuca” dos consumidores: símbolo de saúde. E, claro, não podemos nunca esquecer das ostras como os amigos do Rio Grande do Norte sempre nos fazem lembrar. Ostras da praia da Pipa, em São Paulo de Cananéia e Santa Catarina também, e do camarão, enfim os frutos das águas e mares.

Todas as proteínas brasileiras têm excelentes oportunidades e espaços no mercado mundial e ainda muito a crescer no mercado local. Carne bovina, frangos, suínos, ovos, leite, caprinos, ovinos. Significam um setor extraordinário do agronegócio do Brasil e com fortíssimos impactos positivos no PIB do país.

Mauro, nosso ouvinte, sucesso aí na piscicultura e para todos da Peixe BR. E que meu outro peixe, o Santos Futebol Clube também acompanhe essa ótima perspectiva dos pescados.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Agronegócio é 1/3 do PIB diretamente, e outros tantos indiretamente, enquanto isso, o cenário das safras piora. Precisamos de um plano emergencial. Existe potencial instalado no país, só depende de lideranças com foco na administração e mitigação dos fatores incontroláveis.
Hoje, 8 de março, celebramos o Dia Internacional das Mulheres. E ontem foi lançado o 9º Congresso Nacional das Mulheres do Agro (CNMA). Será realizado dias 23 e 24 de outubro, no Transamerica Expo Center. Recorde de público é esperado, com 3.600 congressistas.
Eu estou aqui na Cooperativa Primato, com o seu presidente Anderson Sabadin, realizando um fato histórico fundamental para esse novo agro do ponto de vista da bioenergia, da agroenergia, e do mundo do biogás, que vai movimentar a proteína animal e que vai também ser fundamental para a saúde ambiental.
Radicalismo, ódio, extremismo nunca deu liga com o Brasil. O Brasil não é perfeito. Como nada na terra é. Temos muito para aperfeiçoar, inclusive nas relações humanas e também em preconceitos. Porém se tem um que não pega aqui, nunca pegou e jamais pegará é o de imaginar ódio de sangue entre brasileiros por ilações místicas, ideológicas radicais. Brasil nunca foi comunista e muito menos nazista ou fascista.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite