CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Cooperativismo significa confiança

Publicado em 15/12/2021

Divulgação
Agência Nacional de Mineração

Bom dia Carol, Haisem, ouvintes! Nosso ouvinte do Jornal Eldorado, Oton de Indaiatuba, São Paulo, pediu que comentássemos o caso revelado na excelente matéria do Estadão sobre a mineração ilegal de ouro, com o título: “Organização criminosa extraiu toneladas de ouro em terra indígena no sul do Pará”, de 12 dezembro, coluna sustentabilidade, matéria do jornalista André Borges, onde uma cooperativa está envolvida, e os fatos a serem apurados irão revelar o quanto ocorreu efetiva ilegalidade dessa cooperativa com o crime organizado da mineração ilegal de ouro.

E nosso ouvinte perguntava se as cooperativas não são reguladas pelo Bacen, o Banco Central? Então, Oton, as cooperativas reguladas pelo Banco Central são as cooperativas de crédito, estão na categoria de cooperativas financeiras. As cooperativas estão classificadas em 7 categorias, e essa cooperativa envolvida nas investigações do garimpo ilegal de ouro, é a Cooperouri, Cooperativa de Garimpeiros de Ourilândia e região. A Cooperouri está classificada na categoria de cooperativas de trabalho, bens e produção de bens e serviços.

Ao todo são 7 categorias de cooperativas: consumo; financeiras, as reguladas pelo Bacen; infraestrutura; saúde; transporte, agro e as do trabalho e produção de bens e serviços, onde a Cooperouri está enquadrada. Desta forma, porém, como cooperativa na mineração, ela possui títulos ativos junto à Agência Nacional de Mineração para realizar a extração do ouro, objeto da investigação da Polícia Federal, e essa atividade não é supervisionada pelo Banco Central.

Mas caro ouvinte Oton, o ouro mercadoria não está subordinado ao Banco Central, porém o ouro financeiro e o ouro ativo cambial estão conforme a lei 7.766/1989. Desta forma, as cooperativas estão autorizadas pelo Banco Central a operarem com ouro, restringindo-se exclusivamente a compra na origem e a venda ao Banco Central do Brasil ou a instituição por ele autorizada.

Conclusão, caro ouvinte Oton de Indaiatuba, há uma insegurança jurídica nisso tudo, onde a investigação irá apurar qual o nível de envolvimento dessa cooperativa no crime, pois sem dúvida extração em áreas não autorizadas é crime.

Haisem, Carol, ouvintes, ouvinte Oton, como temos abordado aqui no Agroconsciente, os problemas com madeira ilegal, desmatamento ilegal, invasões ilegais é problema velhíssimo no Brasil e carecemos, sim, de aplicação contundente da lei. Imaginem, então, quando se trata de ouro?

A Agência Nacional de Mineração precisa de mais recursos e precisará agir com a Receita Federal, a Polícia Federal e o Banco Central, no caso do ouro. Temos 5 mil cooperativas no Brasil e na área da mineração aproximadamente 60.

Cooperativismo exige confiança e lideranca ética, e seus 7 princípios são rigorosos, incluindo aversão total ao risco, e um ponto sagrado do sistema é educação, formação e informação.

Dessa forma, Oton, a Cooperouri não é regulada pelo Bacen, as únicas nessa subordinação são as financeiras, de crédito. Mas o ouro, ah, aí está sem dúvida um tema que não é agronegócio, porém nos impacta, pois sua extração vem do solo e das águas, onde Agroconsciente é ouro renovável, alimento, empregos e cidadania.

Aplicação severa das leis, tolerância zero com a ilegalidade. Isso sim.

José Luiz Tejon para a  Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Estamos há um mês do 9º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio no Transamerica Expocenter dias 23 e 24 de outubro. O mundo vive uma urgência, emergência de lideranças que consigam unir ao invés de polarizar e dividir.
Fui chamado à atenção: “qual o papel do Brasil na segurança alimentar global? Me perguntou Cléber Soares, diretor de inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Essa pergunta me incomodou. Sem a crise Covid-19 o drama já era gigantesco.
Algas marinhas ganham protagonismo na agricultura regenerativa, energia limpa, mitigação climática e colocam o Brasil no centro da nova economia azul global
Os gênios do mundo não são muitos. São poucos. Aprender com eles, na capacidade que eles têm de antever as forças inexoráveis da evolução, é a grande e maior lição que todos poderiam aprender.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite