CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Empresários da América Latina dizem que a política atual está fazendo mal a economia

Publicado em 17/08/2022

Divulgação CEAL
Ingo Plöger, presidente do CEAL no Brasil

E está na hora da integração das Américas pelas oportunidades existentes e combate a fome e a pobreza. Acompanhei a reunião do CEAL – Conselho Empresarial América Latina, com representantes dos países latino-americanos. Há uma desilusão com governos e uma conclusão de que governos não farão planos de longo prazo.

Portanto, foi comentado com ênfase a importância do setor empresarial se integrar, estabelecer muito mais comunicação e preparar projetos econômicos, ambientais e sociais. Cerca de 40% da população latino-americana está em insegurança alimentar e fome. A soma do PIB latino-americano é de US$ 5.3 trilhões. Muito pouco para um potencial de riquezas perante muitas oportunidades.

Nos coordenarmos melhor foi a tônica do encontro dos empresários. As principais oportunidades latino-americanas estão no desenvolvimento agroalimentar, na bioeconomia, na agroindustrialização agregando valor ao invés de vender commodities, oportunidades agroenergéticas, e oportunidades no empreendedorismo e cooperativismo. Os empresários reunidos comentaram a importância da comunicação para mostrar casos positivos, e definitivamente reunir a sociedade civil organizada.

Ingo Plöger, presidente do CEAL no Brasil, disse: “O CEAL é um conselho de líderes voltado para as Américas e está focado hoje em três vertentes: a integração da segurança alimentar, a integração energética e o desenvolvimento sustentado, social, econômico e ambiental. Essas três vertentes têm a possibilidade de serem aceleradas pelas tecnologias digitais e inovadoras nas áreas empresariais, públicas e sociais. O Brasil, especialmente a América do Sul, é protagonista no agronegócio, na bioeconomia e nas energias e traz muito mais soluções do que problemas para a humanidade. Hoje estamos na construção de uma plataforma que demonstrará as ações nesse sentido que deram certo e poderão ser exemplos a serem seguidos por governos, por instituições, por empresas, por pessoas. Imagine isso na saúde, na educação, na descarbonização, nas energias renováveis, no etanol, em tantos campos das tecnologias do agronegócio e assim por diante. Na área social, em particular, o combate a fome e a miséria, temos muita urgência de políticas públicas e de privadas que precisam ser aceleradas. O Brasil como outros países precisa estar nesta liderança como contribuição para o desenvolvimento nos seus próprios países, da nossa região e para a humanidade”.

O PIB latino-americano, se for integrado à América do Norte geraria um montante de mais de US$ 30 trilhões. E o potencial de crescimento do PIB dos países latinos, sem dúvida, poderia dobrar do tamanho atual. Mais de 35 lideranças da América Latina se reuniram do México à Argentina e debateram os temas atuais considerando o novo cenário internacional sob coordenação de Christian Lobauer, participação ativa de Caio Carvalho da Abag, Alida Belandi CEAL e Guarany, Eduardo Cerantes GPS – Grupo Produtores do Sul, Maria Glória Alarcon da Câmara do Comércio do Equador e Maria Beatriz Bley do Green Rio que convidou os participantes a darem prosseguimento no intercâmbio.

Não esperar mais de governos, assumir compromisso com a governança empresarial, criar planos de longo prazo, comunicar casos exitosos e combater definitivamente a fome e a miséria, foram as conclusões deste encontro empresarial de líderes latino-americanos. Quero ressaltar o depoimento emocionado de Roberto Teixeira da Costa, fundador do CEAL, no alto dos seus mais de 80 anos, declarar: “estou triste de chegar ao final da minha vida e presenciar miséria e fome como presencio e todos presenciam hoje no Brasil, isso não pode continuar”. A indignação do CEAL com fome e miséria aponta para uma forte consciência de capitalismo consciente empresarial na América Latina.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

João Dornellas, presidente executivo da Abia, comenta impactos da guerra na indústria de alimentos e bebidas e registra a importância de termos uma agropecuária e uma indústria fortes para superação das crises e crescimento do PIB do país. Posso dizer que uma sem a outra revela fragilidades e lacunas estratégicas numa cadeia de valor.
Teresa Vendramini, a Teka, primeira mulher a presidir a Sociedade Rural Brasileira (SRB), acumula ainda outras missões no setor além de produtora rural. Ela preside o Comitê de Política Agrícola do Instituto Pensar Agro (IPA).
No FAM Food & Agribusiness Management, Master Science da Audencia Business School, com Fecap Brasil, ao lado de estudantes internacionais, estamos no meio da grave crise da guerra. 
Estou aqui em Brasília no 2º Fórum Nacional do Leite com Geraldo Borges, presidente da Abraleite – Associação Brasileira dos Produtores de Leite – e temos aí no país cerca de 1 milhão e 200 mil produtores de leite em tudo que é cidade, o consumo per capita eu não sei como é que anda, mas em síntese, perguntei ao Geraldo Borges quais as principais ações do setor do leite brasileiro.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite