CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Expectativa do setor privado é de crescer a próxima safra acima de 300 milhões de toneladas de grãos

Publicado em 06/07/2022

Divulgação Coopavel
Dilvo Grolli, presidente da Coopavel

Estou em uma rodada de visitas e encontros por 10 cidades do Paraná, falando da liderança das cadeias produtivas do agronegócio e da prosperidade para o país a convite da FAEP - Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Paraná.

Ouço as vozes de muitos líderes deste estado que é o símbolo máximo do cooperativismo brasileiro e de um estado que pode ser justamente chamado de um “celeiro agroindustrial”, pois aqui o empreendedorismo da iniciativa privada e as cooperativas agregam valor as matérias primas, transformando grãos em proteínas, trigo em farinhas, bicho da seda em seda, e chegam a ter marcas até os consumidores finais, e exportação.

O Paraná está tomado por um vasto milharal em toda beira de estrada e até em cada quintal. O milho deverá ter recorde de produção nesta segunda safra, o que pode salvar a lavoura perante os prejuízos com a soja por razões climáticas no início deste ano.

Mas o mais importante é sentir a coragem e a ousadia de líderes como, por exemplo, de um que desejo destacar, Dilvo Grolli, presidente de uma das cinco principais cooperativas do país, a Coopavel de Cascavel que me disse: “vamos no Brasil superar as 300 milhões de toneladas de grãos nesta próxima safra, e até 2030 deveremos atingir 440 milhões de toneladas de grãos”.

O Brasil agora colheu 271 milhões de toneladas de grãos, e uma meta de 440 milhões até 2030 pode parecer otimista demais, porém eu fico com Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, e trago a memória as reflexões de Ariano Suassuna, escritor da Paraíba, que disse: “o pessimista é um chato, o otimista um tolo. Eu sou é um realista esperançoso”.

Como realistas esperançosos, olhando toda competência dos brasileiros, tendo em mira o potencial do país para crescer a produtividade onde já atuamos e expandir para áreas abertas e prontas sem cortar uma só árvore, e levando junto a ciência, a agroindústria, o comércio, serviços e as produtoras e produtores rurais, sem dúvida, mais do que as 440 milhões de toneladas até 2030, poderemos realizar, talvez, até mais, basta o governo não atrapalhar e, quem sabe, talvez um pouquinho nos ajudar.

A iniciativa privada brasileira está mais realista esperançosa do que nossa classe política e presidenciável. Falar de resultados quantificáveis e comprometimento com os resultados é o caminho da prosperidade. E prosperidade é a governança da esperança. E aí alguém me perguntou: “mas, Tejon, se produzirmos tudo isso onde vamos armazenar?”

Boa pergunta, mas se trata de um belo problema e aí, sim, iremos também solucioná-lo. Planejamento estratégico reunindo as forças do mercado com políticas de estado. O Brasil pode dobrar o agro de tamanho, e o Brasil precisa.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

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