Eldorado/Estadão - Agricultura brasileira vai crescer, mas o custo sobe com os fertilizantes e juros.
Publicado em 30/04/2025
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Falo aqui de Mariópolis, Paraná, no evento Safra Forte da Camisc, onde obtivemos ótima análise da situação das tendências agrícolas e também dos riscos para a nova safra. Após cinco feiras agropecuárias no primeiro quadrimestre do ano observamos a tendência ao crescimento do setor neste ano, como observamos na Expodireto da Cotrijal no Sul, na Show Rural no Paraná, Tecnoshow, em Goiás, e nesta semana na Expozebu de Uberaba (MG) e Agrishow Ribeirão Preto, em São Paulo. E neste instante aqui na Camisc.
As máquinas agrícolas retomaram as vendas e as companhias de tecnologia lançando inovações ao lado de recorde de visitas e negócios.
Falo agora aqui do Paraná e Santa Catarina num encontro com a maior cooperativa do sudoeste do Paraná, a Camisc, onde analisamos que teremos uma safra mais cara, onde além dos juros, caminhando para os 15% ao ano, temos um aumento dos preços dos fertilizantes, de 20 a 25%. O Brasil tem uma dependência de 85% das importações. Um desses insumos é o fósforo que a China é grande produtor e que passou a usar esse mineral na produção de baterias dos carros elétricos, elevando o preço desse insumo para compor os fertilizantes. E também a guerra tarifária que coloca insumos minerais, oriundos da Rússia, Oriente Médio, Canadá, Ásia em elevação dos preços.
Portanto, deveremos ter uma agropecuária maior, porém mais cara, o que nos alerta para a importância da gestão dos agricultores na produtividade e também diversificação de culturas, como vimos aqui no sudoeste paranaense, podendo fazer três safras num ano com soja, milho, feijão e também o trigo no inverno.
Mais do que nunca o Plano Nacional de Fertilizantes precisa acontecer com o objetivo de diminuir a dependência brasileira de 85% para 50%.
Temos no mundo uma guerra comercial com os tarifaços alucinados trumpeiros. Também ideológicos e egológicos, uma egologia.
Aqui no Brasil precisamos muito mais também do que guerras ideológicas internas e incompetências de gestão públicas, necessitamos de planejamento estratégico de estado, pois nossos riscos estão na fragilidade da infraestrutura, logística, irrigação e metas objetivas do complexo agroindustrial brasileiro.
Bem como má administração fiscal, o que impedirá o uso do recurso financeiro do estado para suportar de verdade, por exemplo, a agropecuária, alimentos, energia e meio ambiente com potencial de vendas mundiais e segurança da população brasileira.
Não é justo deixar esse risco quase que totalmente nas costas das produtoras e produtores rurais.
José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.