CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Falta Marketing no agro brasileiro

Publicado em 13/11/2024

Divulgação
Anúncio China Daly

Sem Marketing não valorizamos o agro brasileiro, na percepção do mundo inteiro. Mídia de impacto, credibilidade, reputação na elite chinesa, por exemplo, China Daily, um anúncio de US soy, a soja americana, informando: “tem de ser a soja com a menor pegada de carbono dentre todos os demais países concorrentes”.

Apenas um exemplo de ações midiáticas de impacto em mídias que operam fortemente nas percepções das camadas pensantes das sociedades clientes, atuais e prospects do Brasil. Temos o melhor agroambiental sócio tropical e competitivo do mundo e representamos o conhecimento dentro da faixa tropical planetária, que não só irá desenvolver esses povos e nações para realizar os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU como já é fato e concreto termos nos transformado em apenas 50 anos a quarta maior agricultura do mundo e nos maiores fornecedores e exportadores de alimentos.

E partindo agora para a energia renovável e soluções ambientais, porém não basta ser precisa parecer. Atuamos com uma miopia de Marketing. Veja o autor Theodore Levitt que escreve, além do Kotler brasileiro, querido professor Dr. Marcos Cobra, onde simplesmente desconhecemos a importância estratégica desse saber Marketing.

Em contato com os adidos agrícolas brasileiros no mundo, extraordinária iniciativa, aliás, viabilizada na época do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ouvimos deles se sentirem como uma infantaria sendo bombardeados pelas “forças aéreas”, a publicidade nas mídias fortes dos principais concorrentes nos mais importantes mercados clientes do mundo.

Recebi um anúncio, patrocinado pela Associação Norte-Americana de Soja, na página do China Daily, uma mídia que fala e é lida pela elite chinesa, inclusive a acadêmica, mostrando um estudo comparando cinco países que inclui a pegada de carbono do sistema no aspecto desde o cultivo, transporte e da menor utilização dos solos nos Estados Unidos.

Sem dúvida não basta termos o melhor agro tropical do mundo, sem uma estratégia de Marketing e Comunicação perderemos a guerra das percepções em um mundo, doravante, cada vez mais voltado a uma proposta de capitalismo e de agroconscientes.

De verdade, enquanto brigamos no país aqui internamente, apanhamos na mídia de impacto do nosso concorrente. Isso exige extirpar a miopia do que significa Marketing e compreender que sem verbas para investimentos publicitários em mídias sérias de reputação e que, além de redes sociais, mas levando suas marcas de jornalismo informativo, interpretativo e opinativo, éticos e sérios, minimamente não valorizamos a ciência, recursos humanos, agroindustrialização, agropecuária, comércio e serviços brasileiros na nobre missão da segurança energética, alimentar e ambiental mundial.

Em outras palavras, sem Marketing produzimos o que o freguês precisa e deseja, porém ele não sabe disso e o concorrente mais Marketing orientado usa e abusa em cima de nós, conquistando uma precificação e preferência de valor percebido. Marketing não é uma brincadeira passageira. Marketing é a passagem para conquistar corações e mentes de forma verdadeira. Falta Marketing no agro brasileiro!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

Também pode interessar

I’m attending the Global Agribusiness Forum, GAFFFF 2025, a massive event at Allianz Park Stadium in the S.Paulo State capital, where I will participate in a panel on Industry and Academia. 
Conversei com Marcello Brito (ex-presidente Abag, coordenador agro da Fundação Dom Cabral) que está assumindo, a convite do governador do Pará Helder Barbalho, a presidência do Consórcio para o Desenvolvimento Sustentável dos Estados da Amazônia Legal. A COP - Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas está sendo desenhada no Brasil em 2025. Será a COP Paris + 10 que deverá redesenhar as ações e agendas de combate às mudanças climáticas para a década de 2025 a 2035.
A guerra declarada de Trump ao Brasil tem objetivo estratégico claramente definido: o agro tropical brasileiro.  Competimos de forma totalmente desigual mas conseguimos vitórias “de igual pra igual“.
Retenciones, impostos, para todo agro. Taxa universal de 15% sobre toda exportação e na soja mantidos os 33%. Essa decisão desagradou profundamente as lideranças agro da Argentina que afirmaram: “tínhamos expectativas e agora é incerteza”, disse Carlos Achetoni  chefe da Federação Agrária Argentina.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite