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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Indústria de alimentos e bebidas - Abia cresce com custos elevados e pretende crescer acima do PIB em 2022

Publicado em 18/02/2022

Divulgação ABIA
ABIA

Nesta semana o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos e Bebidas (Abia), João Dornellas, e Grazielle Parenti, presidente do conselho diretor, apresentaram os resultados de 2021. Faturamento total cresceu de 789 bilhões e 200 milhões de reais em 2020, para 926 bilhões e seiscentos milhões em 2021. O setor representa 10,6% do PIB, gera mais de 21 mil empregos e demonstra resiliência para continuar crescendo mesmo com custos elevados, na variação 2020/2021. O café subiu 60%; óleo de palma, 55%: soja e milho, ambos 43%; açúcar, 33%; trigo, 28% e leite, 24%.

Os insumos em geral demonstram um espetáculo de crescimento de custos, na variação 2020/2021. Por exemplo, embalagens ficaram 100% mais caras; petróleo, 67,4%; energia, 43%. O food service sofreu com o fechamento de bares e restaurantes e nesse setor há uma expectativa positiva de retomada para 2022.

74% das vendas da indústria de alimentos e bebidas ficam no mercado interno e 26% nas exportações. Os alimentos industrializados representam 51,6% das exportações e em natura 45,2%. Ásia e China, países árabes e União Europeia os nossos maiores clientes.

João Dornellas, presidente da Abia e Grazielle Parenti, presidente do conselho trabalham com os seguintes indicadores para o país e o setor em 2022: PIB crescendo apenas 0,5% a 1%; vendas do setor crescendo de 1,5% a 2%; empregos crescendo de 0,5% a 1% e as exportações com perspectivas de retornar a patamares próximos de 2020, menores do que 2021.

Portanto, a indústria de alimentos e bebidas como principal cliente da agropecuária do Brasil, conseguiu resistir a custos elevados, a pressões de renda no consumo, queda no food service, e teve nas exportações sua principal saída, crescendo praticamente US$ 10 bilhões perante o ano passado.

O setor, mesmo com perspectiva de PIB pífio, espera crescer mais em 2022 e ainda conta com uma safra dentro dos prognósticos da Conab. Sem dúvida, o tamanho da safra 2021/22 será crucial para nossa economia e todo setor de alimentos e bebidas. Precisamos desesperadamente de um planejamento estratégico agroindustrial do Brasil.

José Luiz Tejon para Rádio/Estadão.

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Ouvi o economista Paulo Rabello de Castro, doutor formado em Chicago, ex-presidente do BNDES, do IBGE, e que criou a revista Agroanalysis da FGV, que nos explica as consequências de ao invés de uma cesta básica nacional de alimentos, ampla, como está na Constituição, os riscos que o Ministério da Fazenda pode trazer ao país querendo propor, ao contrário,  uma cesta básica mínima e não ampla, para todos os brasileiros independente de classe social.
Conversei com a Marisete Belloli, gerente de Safras e Informações Agropecuárias da Conab do Estado de São Paulo com relação aos números da Safra 2025/26 e a informação que ela me deu é que nós teremos uma safra que continuará grande. O primeiro levantamento da Conab divulgado mês passado apontava 357,7 milhões de toneladas de grãos e a recente, publicada ontem (13), aponta um número de 354,8 milhões de toneladas de grãos, ou seja, praticamente batendo com a mesma previsão anterior, ou seja, continua estável em uma safra dentro do histórico brasileiro, uma safra grande mas que novamente, nós continuamos sempre pedindo muito um planejamento estratégico porque poderíamos ter uma maior tranquilidade no abastecimento e também nas ações internacionais.
Com revisão dos números em 2021, o PIB da agropecuária cairá 1,2% ao invés de crescer 1,2%. Conforme aponta o Ipea, Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada, fundação pública federal vinculada ao Ministério da Economia. Isso se deve a revisão de contas do IBGE sobre os dados de 2020, que na verdade cresceu 3,8% e não 2% como havia sido contado antes. Portanto, a base comparativa com 2020 mudou.
Com abertura do ministro Marcos Montes, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e moderação de Sérgio Zen, diretor executivo de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento apresentou as perspectivas da próxima safra 2022/23.
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