CABEÇA
DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - Quando entrar setembro o agronegócio pede sensatez e pacificação

Publicado em 01/09/2021

Divulgação
Quando entrar setembro

Como canta Beto Guedes, em Sol de Primavera, “quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos. Quero ver brotar o perdão...”

Entidades agroindustriais pedem sensatez e pacificação do país. A Abag, Abiove, Abisolo (Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia de Nutrição Vegetal), Abrapalma, Croplife, Sindiveg (Sindicato da Indústria para Defesa Vegetal) e IBA, soltaram um manifesto onde em síntese expõem: preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional. Ressaltam que, em nome desses setores, cumprem o dever de se juntar a muitas outras vozes que se mostrem a altura do Brasil e de sua história, prestes a celebrar o bicentenário da independência.

Enfatizam que a constituição de 1988 definiu o estado democrático de direito. E justificam afirmando: “somos uma das maiores economias do mundo e não podemos nos apresentar ao planeta sob permanentes tensões em crises intermináveis. O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado”.

Marcello Brito, presidente da Abag, foi entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, e teve o cuidado de dizer que o manifesto é das entidades que o assinam e que não fala em nome de todo agronegócio, até por que isso é impossível. São cerca de 6 milhões de propriedades agrícolas, milhares de cooperativas, outros milhares de industriais, comerciantes e prestadores de serviços, como consultores, academias, bancos, que desenvolvem tecnologias para o campo, e depois da porteira das fazendas são milhões de grandes e pequenas agroindústrias, caminhoneiros transportadores, comerciantes de alimentos, bebidas, moda, tradings, bares, lanchonetes, restaurantes, até o motoboy que faz delivery dos supermercados, pizzas e padarias.

Portanto, falar em nome do agronegócio é impossível, pois forma um complexo com milhões de agentes. E na sua entrevista, Marcello Brito, presidente da Abag, pediu nada mais do que pacificação, diálogo, e deixou claro que 1% de ilegais sacrificam 99% de toda produção legal brasileira. Portanto, nos bastaria aplicar a lei.

Fez uma ótima pergunta a todos, a qual repito aqui: a quem interessa uma Amazônia vilipendiada, com gângsters, criminosos ilegais, de longa data? Quem ganha com isso? O país? O agronegócio? O povo brasileiro? Ninguém ganha com a situação atual e muito menos com a polarização nas guerras de narrativas. Pacificação, pacificar o país, amor ao Brasil, está sendo a voz que passou a ecoar mais alto em toda nação brasileira, doravante.

Um sofrimento fratricida de brasileiros contra irmãos brasileiros a quem interessa? Ao agronegócio e a prosperidade do país com certeza não interessa. Muito menos a todos nós. Ouvir o Sol de Primavera nos arrefece o espírito. “Já sonhamos juntos, semeando as canções no vento. Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar”. Chegou setembro. A marcha pela paz.

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

Também pode interessar

Conversei com Fábio Feldmann sobre as leis que protegem a nossa Mata Atlântica e ele me disse: “Tejon, você me perguntou sobre a Mata Atlântica e sobre tentativas de mudar a lei da Mata Atlântica e você me disse que o ouvinte Amauri Moraes estaria preocupado com isso. Em primeiro lugar eu queria dizer que a Mata Atlântica está protegida pela Constituição brasileira e é considerada um patrimônio nacional".
Parlamento europeu, declínio da economia chinesa, e imagem do Brasil, três grandes riscos para o agro 2023. Por um lado o parlamento europeu está exigindo um plano radical para proibição de importações de áreas desmatadas. Exportadores brasileiros estão preocupados.
A ideia de taxar a cesta básica de alimentos com 25% de imposto e depois aplicar o cashback para a população de baixa renda é muito estranha. Supermercados não gostam nada disso, com certeza não será bom para o consumidor, para o país e para o agronegócio.
Eu estou aqui na Cooperativa Primato, com o seu presidente Anderson Sabadin, realizando um fato histórico fundamental para esse novo agro do ponto de vista da bioenergia, da agroenergia, e do mundo do biogás, que vai movimentar a proteína animal e que vai também ser fundamental para a saúde ambiental.
© 2025 José Luiz Tejon Megido. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por RMSite