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DE LÍDER

José Luiz Tejon

Eldorado/Estadão - 2025, as expectativas da FAESP com Tirso Meirelles

Publicado em 03/01/2025

Divulgação
Tirso Meirelles, presidente da FAESP/Senar

Feliz Ano Novo! Eu espero que todos tenham tido um Reveillon maravilhoso e quando falamos de Reveillon estamos falando do agronegócio, sem dúvida alguma um maravilhoso ano de 2025. E começamos o ano trazendo as perspectivas e expectativas da FAESP, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e Senar na palavra do seu presidente, Tirso de Salles Meirelles.

“Sem dúvida, o homem do campo é resiliente. Então quando você, Tejon, fala um feliz Ano Novo, será um ano muito positivo, temos de pensar nisso. Temos grandes desafios, a reforma tributária está aí, temos o maior IVA do mundo, deve estar chegando a 29%, além das outras consequências da reforma tributária e que não foi feito o estudo que deveria fazer, mas é uma tentativa de nós fazermos o melhor para que possamos quebrar um pouco essa cadeia, mas temos aí o receito do simples, nós temos receio de todo o processo da cadeia produtiva do agro que envolve a agroindústria, comércio e serviços para que possamos adaptar o processo como um todo, então essa é uma preocupação que nós montamos exclusivamente um departamento aqui na federação para acompanharmos todo esse processo. Um outro processo muito importante é a implementação do Código Florestal, a FAESP resolveu efetivamente implantar o Código Florestal em São Paulo, então nós contratamos mais de 200 supervisores, mais de mil estagiários e cada um dos sindicatos rurais visitarão as 410 mil propriedades rurais. Essas 410 mil propriedades rurais terão um símbolo importante para nós, primeiro porque nós estamos levando o CAR – Cadastro Ambiental Rural e mostrando a importância efetiva de implantar o Código Florestal e esse Departamento de Sustentabilidade que tem só craque lá dentro vai dar todo o suporte para implantarmos isso, além disso nós vamos ver a força da mão de obra dessas propriedades rurais. E aí você vai ter a força de mão de obra, você vai ter a vocação da propriedade, o que ela está produzindo e o que ela precisa de recursos para manter o homem e a mulher no campo. E aí você faz os arranjos produtivos locais, aqueles que produzem o mesmo produto e aí você aumenta a produtividade com sustentabilidade para que nós possamos fazer as pequenas agroindústrias, fazer o valor realmente daqueles produtos onde que a sociedade quer adquirir. Então nós vamos fortalecer todo esse processo e criar as condições de agregação de valor e manter o homem e a mulher no campo. Tudo isso vem ao encontro das nossas necessidades que nós estamos fazendo em São Roque, uma atividade que nós estamos trabalhando efetivamente para fazer o sistema de bioinsumos, inteligência artificial e big data. Bioinsumos como você sabe foi promulgado ano passado a Lei de Bioinsumos, então nós, produtores rurais, podemos utilizar a versão que nós podemos utilizar de bioinsumos e se deu certo você pode registrar no Mapa e comercializar o processo. E isso nós estamos falando que nós temos uma vertente até 2030, conforme a Fundação Getúlio Vargas, de 45 bilhões de reais. Então é algo realmente extraordinário que o Brasil está sendo o pioneiro disso no mundo, e big data e inteligência artificial nós vamos ter agricultura de 4G, 5.0, para que nós possamos levar para os pequenos agricultores as tecnologias que eles precisam ter de precisão para que eles possam ter extraordinariamente a produtividade que o grande tem. Então é um envolvimento grande, nós vamos investir 40 milhões de reais só na parte de construção e mais 30 milhões de equipamentos e nós vamos passar esse Centro de Excelência para o Brasil inteiro. Então é uma parceria com o Senar nacional para que nós possamos, sem dúvida nenhuma, fortalecer todo esse processo e isso vai trazer a musculatura para os pequenos e médios produtores. Então esse é um ponto importante que nós estamos enfatizando junto com outro centro que deve sair em Jaguariúna ou sairá também em Avaré, está sendo feita uma análise em qual lugar será melhor, que é sobre irrigação. Então nós vamos ter um grande centro de especialização de irrigação, de formação de mão de obra e de equipamento de último nível para que nós também possamos levar para o pequeno e o médio a vertente da importância do processo de irrigação, principalmente agora que nós estamos com o problema e todos esses problemas mundiais onde nós sofremos esse processo e nós hoje temos 20% da água doce do mundo e nós utilizamos para irrigação 2%, o restante nós perdemos para o mar. Então nós precisamos utilizar e não perder ou gastar a água como muitos falam, a água vai para a chuva e volta, a evaporação, a água vai para o alimento, a água vai para o subsolo. Então quer dizer, você recupera o processo como um todo, não tem nenhuma perda de água ou de irrigação, mas sim você tem produtividade e de manter o processo de nós termos três safras na mesma terra. Hoje nós temos três países com peso assim que tem a força do Brasil, o Brasil, o Congo e a Indonésia. Então na linha dos trópicos e nós três temos três safras ao mesmo tempo. E nós temos de aproveitar isso”.

Muito bem lembrado, na visão tropical, em 50 anos fizemos uma revolução planetária e das notícias que você está nos trazendo, presidente, uma delas me parece de um facínio espetacular, essa de contratação de técnicos para ter o CAR completo aqui no Estado de São Paulo e quando nós vamos para os desafios que temos de provar ao mundo de rastreabilidade, sustentabilidade, a originação, sem o CAR você não consegue mostrar isso. Então isso é um salto que coloca São Paulo no patamar das exigências suíças, francesas e de qualquer lugar mais exigente do mundo.

“E isso é muito incrível que nós estamos fazendo uma placa de plástico onde vamos colocar na porteira mostrando que ela foi certificada. Isso vai ser muito importante para mostrar, efetivamente, o processo como um todo, fazer toda essa rastreabilidade dento da propriedade, ver a necessidade dele, o produto dele, o que ele precisa melhorar para que nós possamos ter realmente uma agricultura sustentável, demonstrando principalmente para a Cop-30 que nós formamos aqui na Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, conjuntamente com a CNA, e com as outras federações para que nós possamos mostrar um fato importante e bem rápido que vou contar pra você, foi contratada a ex-ministra da Justiça da França para fazer um trabalho para a Cop-30 pela USP e ela simplesmente resolveu falar sobre a soberania do Amazonas e isso é um absurdo. O que nós fizemos? Nós fazemos parte do conselho universitário da USP e fomos lá para rebater. E aí o magnífico reitor falou: não, isso foi um lapso que aconteceu, ela não falará sobre esse assunto, falará de outro assunto, e o Amazonas é a soberania do Brasil e de nós brasileiros. Então nós precisamos saber separar, mas a nossa preocupação para 2025 é fazer muito bem feito o processo de demonstração ao mundo que está aqui, aos olhos nossos, para mostrarmos a sustentabilidade na agricultura brasileira”.

Mas, Tirso, muito importante, não basta saber fazer, você tem que fazer com que as pessoas saibam. Então a demonstração é muito importante e sobre essa questão com a França não podemos esquecer que Roraima, lá em cima não é, temos aí uma divisa com a Guiana Francesa e ali poderíamos ter uma boa conversa sobre soberania!

Tirso, parabéns, que o futuro seja realmente positivo e as ações concretas que você nos disse são muito importantes. Muito obrigado e feliz 2025!

José Luiz Tejon para a Eldorado/Estadão.

 

 

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