Rádio Eldorado/Estadão - Crime ultra organizado na “transição energética” do crime
Publicado em 28/11/2025
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Refinaria Refit envolvida em fraude fiscal e tributária
Enquanto discutimos transição energética saudável o crime organizado entrou forte nos combustíveis. A utilização do etanol para falsificação de bebidas destiladas com morte de pessoas foi descoberta há pouco tempo, através do crime organizado da base da pirâmide criminosa.
Agora, no topo da pirâmide criminosa, vem a descoberta de uma operação fraudulenta bilionária envolvendo a refinaria privada Refit conhecida como refinaria de Manguinhos, no Rio, com empresas constituídas nos Estados Unidos e chega a R$ 26 bilhões com fraude fiscal e tributária.
Fontes informam existir mais de 190 alvos sendo investigados. Essa orquestração criminosa sofisticada envolve um paraíso fiscal nos Estados Unidos, no estado de Delaware. Lá é permitida a criação de empresas anônimas e sem tributação desde que não gerem receitas dentro dos Estados Unidos.
Falando a jornalistas em Brasília o ministro Haddad disse que irá sugerir ao presidente Lula que inclua o tema do crime organizado nos assuntos com Trump.
A refinaria Refit, em setembro, já havia sido interditada de forma cautelar pela ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis por ocorrências de inconformidades operacionais e suspeita de importação irregular de combustíveis.
Sobre essa mega falcatrua de crime organizado sofisticado também foram identificados mais de 15 offshores nos Estados Unidos que mandam dinheiro para aquisição de imóveis no Brasil e participações em negócios. Quais negócios?
Ou seja, enquanto falamos da transição energética, lutamos por investimentos, suportes voltados aos biocombustíveis, na COP 30 decidimos que vamos atuar com a ciência na transição energética.
Enquanto temos o crime rasteiro ilegal do desmatamento fora da lei, e o Brasil sendo investigado pelos Estados Unidos sob esse ângulo, enquanto temos toda a discussão do crime organizado nas comunidades, somos alvejados por descobertas de uma dimensão gigantesca que deveria de fato conduzir presidentes das repúblicas para um olhar muito maior na dimensão de crimes muito sofisticados e ultra organizados envolvendo inclusive paraísos fiscais tolerados por países como o estado de Delaware nos Estados Unidos.
O setor de combustíveis usado para não apenas fraudar o estado e os cidadãos, mas com isso atuando no prejuízo dos próprios biocombustíveis sujeitos a adulterações que visam aumentar os lucros dos grandes criminosos, que estão muito além das comunidades do país.
Essas investigações irão revelar grandes maestros do crime sofisticado ultra organizado, e como isso faz muito mais mal aos esforços ambientais e de transição energética por fraudarem bilhões de reais do lado positivo dessa importante discussão.
José Luiz Tejon para Eldorado/Estadão.